Brasil precisa elevar nível de investimento para sustentar crescimento

Diagnóstico da CNI e da Associação Nacional da Indústria Alemã foi realizado em Hamburgo, na Alemanha, durante o 32º Encontro Econômico Brasil-Alemanha

Representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Associação Nacional da Indústria Alemã (BDI, em alemão), afirmam que o Brasil precisa aumentar sua taxa de investimento de uma média de 17% para 23% ao ano para retomar e manter o crescimento. O diagnóstico conjunto foi realizado em Hamburgo, na Alemanha, durante o 32º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA). Centenas de executivos e representantes dos governos alemão e brasileiro participam do evento. “O Brasil precisa de uma infraestrutura mais robusta e, para isso, o atual nível de investimentos não é suficiente”, diz Paulo Tigre, vice-presidente da CNI.

A necessidade de aumentar os aportes, não apenas em infraestrutura como também no setor de logística, foi o principal tema do encontro. O Brasil investe, em média, US$ 46 bilhões por ano em infraestrutura, quando deveria investir US$ 110 bilhões, ou cerca de 5% do PIB. Segundo Tigre, a diferença de US$ 64 bilhões representa uma oportunidade para o setor privado. A Alemanha, um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil, seria um parceiro natural em projetos locais de portos e rodovias, por exemplo.

Duas medidas foram defendidas pelas organizações industriais de ambos os países. A primeira foi o estabelecimento de um novo acordo de bitributação entre Brasil e Alemanha. O antigo acordo foi suspenso em 2006, o que trouxe distorções ao fluxo bilateral de comércio e investimentos. A segunda demanda foi pelo desbloqueio nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia para a criação da maior zona de livre comércio do mundo.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, presente no evento, afirmou que o Brasil já realizou as consultas necessárias a todos os integrantes do Mercosul e apresentou uma proposta à União Europeia. “Já o mesmo ainda não aconteceu no lado europeu. A liderança da Alemanha é decisiva para a apresentação de uma oferta competitiva”, diz.

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