O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) está entre os finalistas do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2020. Das cinco categorias, o SENAI concorre ao prêmio em quatro delas. A premiação tem como objetivo reconhecer e premiar os resultados associados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), que representem interesse dos setores de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Os projetos são desenvolvidos no Brasil por instituições de pesquisa credenciadas pela ANP, empresas brasileiras e empresas petrolíferas.
Para o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o resultado confirma a necessidade de investir e incentivar a inovação no país. “Esse é o prêmio de maior prestígio no setor de óleo e gás (O&G), sendo um dos setores que mais investe em inovação industrial. Além disso, essas indicações consolidam a marca dos Institutos SENAI de Inovação como provedor de soluções de alta complexidade para a indústria. Sermos finalista em quase todas as categorias é resultado de muito trabalho em pesquisa para o país”, destaca.
Das seis edições anteriores, essa é a terceira vez que os Institutos SENAI de Inovação estão entre os finalistas com: o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (SC), o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos (RJ), o Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção (BA) em parceria com o Instituto SENAI de Tecnologia em Automação e Simulação (RJ).
O prêmio está dividido em cinco categorias de inovação tecnológica. Duas têm temas inéditos: Redução de Impactos Ambientais e Energias Renováveis e Tecnologias Submarinas (ambas para projetos desenvolvidos por instituição credenciada e/ou empresa brasileira, em colaboração com empresa petrolífera).
As demais categorias são: Exploração e Produção de Petróleo e Gás (para projetos desenvolvidos exclusivamente por instituição credenciada, em colaboração com empresa petrolífera); Exploração e Produção de Petróleo e Gás (para projetos desenvolvidos por empresa brasileira, com ou sem participação de instituição credenciada, em colaboração com empresa petrolífera); e Transporte, Dutos, Refino e Abastecimento (para projetos desenvolvidos por instituição credenciada e/ou empresa brasileira, em colaboração com empresa petrolífera).
O Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis (SC), é finalista pelo desenvolvimento de um robô para realizar a quebra de hidrato (água) e a remoção de parafina em sonda em dutos rígidos (submarinos). O projeto, intitulado Annelida, ajudará a Petrobras a reduzir perdas na substituição de dutos danificados. O robô está sendo desenvolvido em parceria com as universidades de São Paulo (USP) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Petrobras. Ao longo desse projeto, foram desenvolvidas 14 novas tecnologias.
Outro projeto que concorre ao prêmio foi desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção (BA) e pelo Instituto SENAI de Tecnologia Automação e Simulação (RJ), em parceria com as empresas Aveva e Schneider Electric para o desenvolvimento de um Gêmeo Digital Unificado.
O objetivo deste projeto é inserir a Repsol Sinopec Brasil (RSB) no contexto digital global, provendo uma ferramenta tecnológica que aumentará a segurança operacional, através do desenvolvimento de uma plataforma unificada de ativos digitais que utiliza algoritmos de Inteligência Artificial (IA) para manutenção preditiva e baseada em condições, que integra diferentes bancos de dados.
O escopo desta fase também abrangeu o desenvolvimento de aplicações de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR). O principal objetivo do uso da tecnologia AR/VR no projeto é conectar equipes de campo (operação e manutenção) ao Gêmeo Digital.
O Instituto de Automação da Produção (BA) também está concorrendo na categoria Exploração e Produção de Petróleo e Gás com o desenvolvimento de um robô autônomo para intervenção sem sonda em poços submarinos de petróleo. Chamado de Robin, robô é levado para o poço com a utilização de um barco de apoio, ao invés de uma sonda ou embarcação equivalente. Esse barco realiza a descida de um casulo contendo o equipamento. O robô, então, se desloca autonomamente até o local da intervenção, utilizando um mecanismo bi-helicoidal de deslocamento, com sistema de pressão contra a parede.
No campo de sequenciamento de genomas, o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos (RJ) concorre com o Projeto Genoma do Coral-sol que sequenciou o genoma de três espécies do gênero Tubastraea. Para o sequenciamento foram combinadas duas tecnologias, uma que resulta em fragmentos de DNA curtos (Illumina) e outra em fragmentos longos (PacBio). A combinação possibilitou a montagem de um genoma de melhor qualidade, com menos erros.
A fim de entender a conformação do genoma, foi feita a cariotipagem dessas espécies. O tamanho total dos genomas foi determinado independentemente por citometria de fluxo e análises bioinformáticas. A sequência de DNA mitocondrial de ambas as espécies foi reconstruída e, por meio de análises filogenéticas, a identificação das espécies foi confirmada.
Conheça a Rede de Inovação e Tecnologia do SENAI
A rede de inovação possui 26 institutos distribuídos pelas cinco regiões do país. Desde a criação dos Institutos SENAI de Inovação, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram aplicados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado. Atualmente, 15 institutos são unidades EMBRAPII, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.
Os Institutos do SENAI possuem pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia.
A rede de 60 Institutos SENAI de Tecnologia possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios.
