Pensada para monitorar, de modo contínuo, eventuais vazamentos de óleo, uma nova tecnologia desenvolvida em parceria entre o Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e da Comunicação (ISI-TICs) e a startup Pix Force encarou, na última semana, seus primeiros testes de campo. As avaliações ocorreram no parque tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o acompanhamento do gerente sênior de Parcerias Tecnológicas da Shell Brasil, Marcelo Mofati. O projeto, iniciado em 2018, deu certo e foi um dos vencedores do programa Shell Startup Challenge, edital de financiamento lançado pela empresa no ano passado com o objetivo de buscar no mercado soluções inovadoras para a indústria de petróleo e gás.
Para evitar acidentes como o ocorrido em agosto, que poluiu 6,6 metros cubicos do mar após um vazamento de óleo na Bacia de Campos, o projeto pretende identificar qualquer suspeita de vazamento de óleo em alto mar de modo imediato. Em seguida as informações são processadas e enviadas para que os setores responsáveis possam tomar providências de forma rápida.
O teste de campo simulou um vazamento de pequena quantidade de óleo em um tanque de testes que verifica a integridade de equipamentos da engenharia de petróleo. O procedimento foi monitorado por um radar e uma câmera de infravermelho.
O sistema desenvolvido pelo SENAI e pela Pix Force é equipado com um algoritmo de visão computacional que usa o deep learning, técnica de Inteligência Artificial que permite que as máquinas aprendam. Ao detectar o vazamento, o equipamento notifica o problema para um sistema de gerenciamento online, batizado de Ariane, que repassa a informação imediatamente para o time da Shell responsável pela situação. Os técnicos recebem vários tipos de dados, desde imagens até a geolocalização do rompimento.
Agora, após a coleta de feedbacks, o projeto deverá passar por ajustes, para se tornar ainda mais preciso e intuitivo. A expectativa é que ele seja apresentado aos demais representantes da Shell ainda no mês de outubro. “Até agora, só fizemos testes em ambientes controlados. Agora, vamos fazer algumas melhorias e realizar as provas em cenário real. Para nós, o teste foi bem-sucedido e os ajustes servirão para deixar o produto mais robusto para a apresentação final”, explicou Bruno Medeiros, pesquisador industrial do Instituto SENAI de Inovação TICs.
O gerente sênior de Parcerias Tecnológicas da Shell Brasil, Marcelo Mofati, aprovou o andamento do projeto. “O nosso protótipo foi testado com sucesso. O sistema esteve totalmente integrado com Porto Alegre, onde está o servidor da Pix Force, com o Recife e com meu celular. Esse é um grande avanço para a equipe do projeto”, ressaltou.