Realidades e desafios sindicais em pauta

Os coordenadores elegeram os principais gargalos a serem atacados pelas empresas e indicaram possíveis soluções

A indústria mineira integra os trabalhos de dois grandes eventos do setor, realizados pelo Sistema Fiemg, o Encontro de Coordenadores Sindicais e o Projeto Dirigente, que reúne presidentes de entidades patronais e empresários do estado. O pontapé inicial foi dado no fim do mês passado, em 28/06, no Hotel Tauá, em Caeté. Os coordenadores elegeram os principais gargalos a serem atacados pelas empresas e indicaram possíveis soluções. 

O trabalho desenvolvido durante o 7° Encontro de Coordenadores Sindicais será base do que o empresariado debaterá no Projeto Dirigente, no segundo semestre. Os gargalos foram divididos em seis grandes temas: “Desenvolvimento de mercados”, “Recursos humanos”, “Finanças corporativas”, “Processos produtivos e administrativos”, “Gestão e governança” e “Planejamento e estratégia”. 

Para o Chefe de Gabinete da Presidência do Sistema Fiemg e Assessor de Relações Sindicais da entidade, Antônio Marum, os temas elencados são aqueles que as indústrias mineira e brasileira precisam discutir para se desenvolver e ganhar mercados. “Nada melhor do que ouvir os coordenadores sindicais na busca de soluções. São eles que vivem o dia a dia da atividade associativa e conhecem os problemas dos setores que representam”, acrescenta. 

Os debates sobre os seis temas foram feitos em grupos. Para embasar as discussões entre os coordenadores sindicais, o gerente de economia do Sistema Fiemg, Guilherme Leão, apresentou a palestra “Perspectivas econômicas para a competitividade da indústria brasileira”. Ele mostrou como o setor sofre com perda de produtividade no Brasil, com redução de participação no PIB do país – de 32,2% em 1996 para 16,2% em 2010 –, no percentual de emprego da população – de 15% em 1990 para 12% em 2009 – e com aumento do custo do trabalho. “Tudo isso tem acarretado em aumento de importações e queda de exportações de produtos manufaturados”, alertou o economista. 

Estados convidados 
Participaram do 7° Encontro de Coordenadores Sindicais da Fiemg representantes da indústria dos estados de Goiás, Espírito Santo e Rondônia. Para o assessor sindical da Federação das Indústrias de Rondônia, José Nogueira Filho, acompanhar o trabalho desenvolvido em Minas Gerais é importante para o crescimento das entidades patronais no seu estado de origem. “Poderei treinar os coordenadores e mostrar o que há de novo no mercado. Isso ajuda a dar força na sensibilização dos empresários para a importância do sindicato, em uma região onde esse tipo de organização é nova”, contou. Rondônia conta com 19 sindicatos patronais do setor. 

A assessora sindical da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Daniella Marques, chamou a atenção para a semelhança das realidades vividas pelas entidades mineiras e goianas. “Falamos a mesma língua. Os problemas enfrentados pelas federações são os mesmos”, relatou. Em Goiás existem 36 sindicatos patronais. 

A técnica do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Danieli Longue, garantiu que a aplicabilidade das ações executadas em Minas Gerais é enorme para os empresários e trabalhadores dos 31 sindicatos capixabas. “A realidade das empresas é parecida. Por isso, a troca de experiências é grande. Aprendemos muito e também trouxemos coisas novas”, acrescentou. 

Motivação 
O filósofo Clóvis Barros Filho fez uma entusiasmada palestra para os coordenadores sindicais da indústria mineira. Ele relacionou situações e sentimentos que movem as pessoas com o sucesso das empresas. O professor titular da USP apresentou três visões de amor, a de Platão, Aristóteles e de Cristo para mostrar como elas podem ser complementares e fatores geradores de bons negócios. 

O amor de Platão é o desejo, ou aquilo que falta ao ser humano. O de Aristóteles é a alegria, que está relacionada ao que o homem já tem e o faz bem. O de Cristo é o bem-estar do próximo, fazer o outro ser feliz. Barros Filho explicou que os três tipos de amor se encaixam no mundo empresarial. “Metas e objetivos são exemplos do que chamamos de amor platônico. São coisas que a empresa ainda não tem, mas deseja”, comparou. Os demais são fundamentais para que os trabalhadores e empresários estejam motivados e possam valorizar as conquistas e apoiar o esforço dos colegas. 

Saúde do trabalhador 
O Programa odontológico do Sesi Odontovida foi apresentado no encontro de coordenadores sindicais. O gerente do Sesi-MG responsável pelo programa, Marcelo Leal, apresentou o plano odontológico aos coordenadores sindicais. Ele mostrou as vantagens do benefício e como a saúde bucal tem direta ligação com o bem-estar dos trabalhadores da indústria. “Uma em cada quatro faltas ao trabalho está ligada com atestado de tratamento com dentista”, pontuou. 

Leal afirmou que plano odontológico é o segundo benefício mais valorizado pelos trabalhadores. O Odontovida tem custo de R$ 14,40 por mês e é oferecido para os empregados do Sistema Fiemg, dos sindicatos patronais filiados à Federação e para as indústrias filiadas a essas entidades. Hoje, o Odontovida tem cerca de 40 mil trabalhadores beneficiados. A meta é chegar a 50 mil até o fim deste ano e a 70 mil em 2014. “O programa mostra a força do associativismo. Quanto mais sindicatos, empresas e trabalhadores vinculados, menor será o preço da mensalidade”, completou. 

Aproximação entre academia e empresas 
Os coordenadores sindicais também conheceram o Pronutti, do IEL-MG. Por meio dele, a entidade promove a aproximação entre academia e empresas. “O foco é na competitividade da indústria. Detectamos com as empresas as necessidades e as possibilidades de inovação. Em seguida, fazemos contatos com universidades e centros de pesquisa para identificar quem pode atender a demanda. A ação funciona como uma ponte entre a ciência e o mercado, partindo do mercado”, explica o gestor do Pronutti, Timotheo Silveira. 

O 7° Encontro de Coordenadores Sindicais da Fiemg foi realizado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com o Sebrae-MG.

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