Os investimentos nos portos públicos brasileiros somaram, em 2017, apenas R$ 174,5 milhões, o menor nível dos últimos 14 anos. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os recursos aplicados representam apenas 26% da dotação do ano autorizada para investimentos nos portos, administrados pelas companhias docas, estatais marcadas por graves problemas de gestão empresarial e politização da administração portuária. Embora a implantação do novo modelo portuário definido pela reforma de 1993 tenha resultado em uma significativa melhoria da eficiência e na expansão desse sistema, os portos brasileiros ainda apresentavam baixo nível de eficiência, custos elevados e reduzido volume de investimento.
Essas deficiências podem ser atribuídas em boa medida à atuação das companhias docas na administração dos portos. A CNI avalia que a solução para o setor passa pela privatização das administrações portuárias, algo semelhante ao que vem acontecendo com os aeroportos. É preciso fazer obras de melhoria das condições de acesso marítimo aos portos, por meio de dragagem.
Para efeito de comparação, enquanto a Infraero apresenta uma média de investimentos equivalente a 67% da dotação autorizada entre 2000 e 2017 (aproximadamente R$ 1 bilhão por ano), as companhias docas apresentam uma média de apenas 28% (R$ 294 milhões por ano).