Recuperar o interesse e o respeito pela profissão de professor é um dos desafios que o Brasil precisa superar para melhorar a qualidade da educação. Isso se refere tanto ao ensino básico como a formação de profissionais de nível superior em áreas técnicas. Para os primeiros, o foco maior deve estar na atratividade, com maior remuneração e aumento do prestígio da carreira. Para a formação de trabalhadores, é necessário que profissionais com experiência prática possam atuar nas universidades, a fim de garantir maior proximidade dos novos trabalhadores com a realidade do mercado de trabalho.
O desafio foi um dos temas discutidos no debate Educação para inovar e competir , realizado na tarde desta quarta-feira (5) dentro da programação do Encontro Nacional da Indústria. "A qualidade dos professores e também da direção das escolas é fundamental para melhorar a educação", afirmou o especialista no setor Cláudio Moura e Castro, em referência às possibilidades que as unidades de ensino têm a oferecer aos estudantes. O ponto é convergente com uma das propostas que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou aos então candidatos a Presidência da República em julho deste ano.
Horácio Lafer Piva, do conselho diretor da Klabin, afirma que, nas universidades, o descolamento entre a teoria e a prática tem sido uma das causas da dificuldade de encontrar engenheiros adequadamente qualificados para o que a indústria precisa. "É necessário que o nosso sistema de educação consiga unir nos professores os conceitos teóricos e a experiência técnica. O que acontece hoje é que, sem prática profissional, o aluno é obrigado a decorar o que aprende", criticou.
ENGENHEIROS - É na formação de engenheiros, inclusive, que o Brasil enfrenta um dos piores entraves para conseguir inovar. A área sofre com a baixa atratividade de profissionais: a soma de engenheiros formados no Brasil nos últimos dez anos é de 1,5 para cada mil habitantes. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de sete engenheiros para cada grupo de mil habitantes. Nos Estados Unidos, esse número é de quatro e, de 17, na Coreia do Sul.
Na opinião do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, presente ao debate, a educação precisa estar no foco do governo e de toda a sociedade, inclusive da empresários industriais. "Mudanças nesse setor serão fundamentais para mudar o quadro da nossa produtividade. Em 1980, o trabalhador brasileiro produzia o equivalente a 31% do trabalhador americano. Em 2013, essa relação baixou para 20%", afirmou.
REFLEXÕES PARA O PAÍS - O Encontro Nacional da Indústria, que ocorre anualmente desde 2006, é a maior reunião de líderes empresariais e representantes de sindicatos e associações industriais de todo o país. No evento, empresários, representantes do governo, líderes políticos e acadêmicos refletem, debatem e propõem ações sobre os temas que têm impacto no desempenho da indústria e da economia brasileiras. O ENAI expõe a agenda do setor produtivo e fortalece o diálogo entre os empresários, o governo e os outros segmentos da sociedade.
PROPOSTAS DA INDÚSTRIA - Confira o site com todos os estudos organizados pela CNI com as sugestões do setor para o próximo governo. Nele é possível fazer o download dos estudos em PDF ou dos infográficos que resumem as 42 propostas.
MULTIMÍDIA - O Portal da Indústria transmite a 9ª edição do ENAI ao vivo. Você também pode acompanhar a cobertura completa do evento nos perfis da CNI no Facebook e no Twitter, além de acessar as principais fotos no Flickr.
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