Mesmo em um ambiente de inflação e juros baixos, a economia brasileira fechará 2018 com um crescimento de apenas 1,3%. A indústria também terá expansão de 1,3%, estima a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado, que está muito abaixo do esperado no início deste ano, é resultado da combinação de uma série de fatores. Na avaliação da CNI, os cinco principais fatores que comprometeram a recuperação da atividade foram:

1 – Paralisação da reforma da Previdência

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano, suspendeu as discussões sobre as mudanças no sistema de concessão de aposentadorias. Também deixou claro que as reformas estruturais seriam adiadas para depois das eleições de outubro. Isso atingiu em cheio a economia, que vinha se recuperando da mais profunda crise da história recente.   

2 -  Incertezas políticas

As dúvidas sobre o resultado das eleições e em relação à agenda econômica do governo a partir de 2019 minaram a confiança de empresários e consumidores. Cautelosos, os empresários se mostraram pouco dispostos a investir e os consumidores adiaram as compras. Com isso, o ritmo de crescimento do consumo diminuiu e ficará em 2,1% neste ano, abaixo dos 2,8% previstos no fim de 2017. O investimento também está em compasso de espera e crescerá apenas 5,1% neste ano, estima a CNI. 

3 – Greve dos caminhoneiros

A paralisação do transporte rodoviário de cargas teve forte impacto sobre a atividade econômica no segundo semestre. Além disso, a concessão de subsídios e o estabelecimento de uma tabela de frente mínimo para conter a crise elevaram os custos das empresas, aumentaram as incertezas e prejudicaram ainda mais o ambiente de negócios. 

4 – Desemprego elevado

O grande número de desempregados reduziu o poder de compra das famílias e, consequentemente, o consumo, que é um importante motor da economia brasileira. 

5 – Menor crescimento da economia mundial

A guerra comercial entre Estados Unidos e China, o aumento dos juros norte-americanos e a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) afetaram o comércio global e reduziram as expectativas de crescimento da economia internacional. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento (OCDE) é que a economia mundial crescerá 3,7% neste ano, menos do que os 4% estimados no fim de 2017.