Custos da indústria brasileira aumentam 3,8%, informa CNI

Estudo mostra que, no terceiro trimestre, os empresários conseguiram recompor os lucros porque os preços dos produtos manufaturados no mercado doméstico subiram mais dos que os custos industriais

Os custos da indústria brasileira subiram 3,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, na série livre de efeitos sazonais. A alta foi impulsionada pelo aumento dos custos dos bens intermediários, da energia e do capital de giro, informa o Indicador de Custos Industriais, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (12).

“Trata-se de um aumento significativo”, avalia a economista da CNI Maria Carolina Marques. Ela lembra que as incertezas do período eleitoral, que provocaram a desvalorização do real no terceiro trimestre, contribuíram para a alta dos bens intermediários importados utilizados nos processos de produção. 

De acordo com o estudo, o custo com bens intermediários nacionais e importados aumentou 5,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, na série de dados dessazonalizados. Foi o segundo maior aumento registrado desde o último trimestre de 2015 e só ficou atrás do verificado no segundo trimestre deste ano. Os custos com bens intermediários importados subiram 9,1% e os dos insumos nacionais aumentaram 4,6% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal.

No mesmo período, o custo com energia aumentou 6,4%. Foi o quinto trimestre consecutivo de elevação desse componente. Mesmo com a manutenção da taxa básica de juros em 6,5% ao ano, o custo da indústria com capital de giro cresceu 3,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. O primeiro aumento depois de nove meses consecutivos no indicador pode ser resultado das incertezas do período eleitoral, avalia a CNI.  

COMPETITIVIDADE - Segundo Maria Carolina Marques, o impacto dos aumentos depende da estrutura de custos dos diferentes setores. “Indústrias que usam mais insumos importados tiveram aumentos maiores nos custos. O mesmo ocorreu com as indústrias que consomem muita energia nos processos de produção”, diz a economista.

Apesar disso, destaca Maria Carolina, as empresas conseguiram repassar a alta dos custos. No mesmo período em que os custos subiram 3,8%, os preços dos produtos industrializados no mercado interno subiram 4,2%. “Na média, a lucratividade das empresas não ficou comprometida”, afirma.

A competitividade dos produtos brasileiros também melhorou, pois, com a valorização do dólar, os custos dos manufaturados importados subiram 12,2%. “O ganho de competitividade da indústria brasileira também ocorreu no mercado internacional. Enquanto os custos industriais se elevaram em 3,8%, o índice de preços dos produtos manufaturados nos Estados Unidos, em reais, aumentou 10,4% no período”, informa o estudo.  

SAIBA MAIS - Acesse a página do Indicador de Custos Industriais.

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