FIEC prioriza o fortalecimento da governança sindical

Para conhecer essa experiência e os resultados alcançados, o Portal da Indústria entrevistou o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo

Ao longo dos últimos anos, fortalecer a governança sindical foi uma das prioridades da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Para conhecer essa experiência e os resultados alcançados, o Portal da Indústria entrevistou o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo.

Portal da Indústria - Em fevereiro de 2008 o senhor publicou o Decálogo da Governança Sindical. Que visão norteou a elaboração desse documento?

Roberto Macêdo – Naquele momento achei oportuno trazer para a nossa vida associativa elementos do conceito de governança que estávamos implantando nas nossas empresas. Percebi que nas nossas entidades, as boas práticas de Governança podem também agregar valor, aumentar a transparência e garantir a sua sustentabilidade e perenidade. Chamei de Governança Sindical a gestão de um sistema no qual as instituições são dirigidas e monitoradas, articulando e dinamizando todos os relacionamentos entre seus diversos públicos de interesse. Pensando na aplicação do conceito de Governança foi que organizei esse Decálogo para orientar como deveria ser um sindicato modelo: 1) Representativo, 2) Profissionalizado, 3) Ético, 4) Gestor de demanda, 5) Alavancador, 6) Modernizador, 7) Motivador, 8) Inovador, 9) Integrador, e 10) Responsável.

Portal da Indústria - Quais os principais resultados obtidos pela FIEC e pelos sindicatos nesse processo de fortalecer a Governança Sindical?

Roberto Macêdo – O grande mérito desse trabalho foi o fortalecimento da confiança entre os associados e seus sindicatos, bem como a expansão do conhecimento do real potencial do Sistema FIEC a serviço das empresas industriais. Os empresários passaram a procurar a nossa Federação através dos seus sindicatos em busca de respostas às suas dificuldades e problemas, aumentando sua crença de que, pela força da união, são mais capazes de construir o futuro que desejam para seus negócios.

No novo processo eleitoral para a escolha da Diretoria da Federação, que instituímos em 2010, o eleitor passou a ser o empresário filiado ao Sindicato e não mais o delegado credenciado. Com isso, o empresário passou a sentir-se mais valorizado e mais interessado em participar da sua instituição maior. Esta participação de todos, que se deu também no Planejamento Estratégico, realizado já no início do primeiro mandato, no redesenho dos processos, na modernização da estrutura e na atuação com visão de longo prazo contribuiu para a consolidação do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA).

Nos sindicatos, cujas lideranças foram mais ativas, chegamos a ter crescimentos expressivos de empresas filiadas: 94% (Sindpan), 212% (Sindcerâmica), 284% (Sinduscon) e 315% (Simec), entre 2007 e 2013. Considerando o conjunto dos 39 sindicatos, o crescimento médio no período foi de 45%.

Portal da Indústria - Desde 2012 alguns presidentes de sindicatos filiados à FIEC têm participado de mesas-redondas do Programa de Desenvolvimento Associativo, compartilhando boas práticas com outros líderes sindicais. Como o senhor avalia essas iniciativas?

Roberto Macêdo – Sentimo-nos orgulhosos quando alguns sindicatos campeões de desempenho associativo da FIEC foram convidados para compartilhar suas experiências em várias federações irmãs. O Simec esteve nas federações de Roraima, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Santa Catarina e no Encontro Nacional da Indústria (ENAI). O Sinduscon esteve na Federação de Pernambuco e também no ENAI. O Sindcerâmica apresentou sua experiência na Federação de Brasília. Na do Tocantins e de Santa Catarina, esteve o Sindquímica, na do Rio de Janeiro, o Sindgráfica, e o Sindpan, na Paraíba. Já está agendado para maio deste ano, uma participação do Simec em Mesa Redonda promovida pela Federação do Rio Grande do Sul. 

Portal da Indústria - Em setembro, encerra-se o seu segundo mandato à frente da FIEC. Com que sentimento o senhor conclui esse ciclo? Quais as perspectivas para a gestão da nova diretoria?

Roberto Macêdo – Com esses resultados sentimo-nos com o dever cumprido em grande parte da nossa missão; missão essa realizada com o esforço coletivo da nossa diretoria e dos nossos sindicatos, intimamente integrados com as casas que compõem o SFIEC. Em setembro, quando fizermos a transmissão do cargo, passando os frutos desse trabalho de oito anos de gestão à nova diretoria, liderada pelo companheiro Beto Studart, o faremos certos de que, mesmo com as diferenças naturais de estilo, será dada continuidade ao propósito que nos une de fazer da nossa FIEC um instrumento cada vez mais eficaz para a nossa indústria e para o nosso Estado.

Relacionadas

Leia mais

FIEC promove Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria de Alimentação
FIEC e Sinditêxtil realizam oficina de negociação coletiva
FIEC apresenta novo Siga aos representantes dos sindicatos

Comentários