Dialogos MEI sobre Fortalecimento das Engenharias. Painel: Engenharia e Inovacao. Deborah L. Wince-Smith; Conselho de Competitvidade dos EUA
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), firmou um acordo de cooperação com o Conselho de Competitividade americano (CoC). A assinatura foi durante a quarta edição do Diálogos da MEI sobre fortalecimento de engenharias, realizada na segunda-feira (17), no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP).
Com validade de cinco anos, o acordo tem o objetivo de criar um marco de cooperação em inovação, empreendedorismo e competitividade com a capacitação de empresas e aprimoramento de políticas públicas para inovação. Entre as atividades previstas estão o desenvolvimento conjunto e intercâmbio de conteúdos e promover visitas técnicas de empresas centros de conhecimento para troca de práticas em inovação nos negócios no Brasil e nos Estados Unidos.
A presidente do CoC, Deborah Wince-Smith, participou do evento e, depois de assinar o convênio, conversou com a Agência CNI de Notícias sobre essa parceria. Confira a entrevista:
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS - A senhora defende um trabalho conjunto entre Brasil e Estados Unidos no que diz respeito à busca de soluções aos grandes problemas do século XXI. Como este acordo recém firmado entre a CNI e o CoC pode colaborar neste sentido?
DEBORAH WINCE-SMITH - Os Estados Unidos e o Brasil já têm uma relação de longa data de parcerias industriais em muitos setores, mas neste momento é necessário passarmos para o próximo nível. Somos duas grandes democracias, temos populações gigantescas e nossas culturas são inovadoras. Este acordo entre o Conselho de Competitividade americano e a CNI é uma oportunidade de irmos além do discurso para realmente tomarmos atitudes concretas que promovam a agenda da inovação em nossos países.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS - A senhora acredita que o trabalho conjunto entre Brasil e Estados Unidos proporciona uma ajuda mútua para atingir esses objetivos mais rapidamente?
DEBORAH WINCE-SMITH - O que mais temos ouvido é que o mundo está competindo em tudo, o tempo todo e em todos os lugares. E, em função disso, as mudanças tecnológicas estão em um ritmo muito rápido. Eu acredito que o futuro da prosperidade, da produtividade e da segurança nas américas depende dessa relação entre os Estados Unidos e o Brasil. No fim das contas, é o poder industrial que tem capacidade de criar empregos, produtos, serviços que agregam valor à nossa vida e também trazer melhorias para os cidadãos. Então é essencial trabalharmos juntos.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS -A senhora diria que essa é uma necessidade urgente?
DEBORAH WINCE-SMITH - Sim. Cabe a nós trabalhar mais para reunir os ativos que cada país tem. Devemos unir esforços em torno de soluções para os grandes problemas globais que envolvem consumo de água, de energia e de alimentos, principalmente. Buscar essas soluções requer inovação, investimentos tecnológicos, bem como pesquisa e desenvolvimento. Esse exercício certamente vai fomentar a criação de novas indústrias.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS -Qual o impacto das ações do CoC e da MEI para seus respectivos países?
DEBORAH WINCE-SMITH - Parte da magia do CoC é reunir líderes de todos os setores industriais. Dessa discussão também fazem parte reitores de universidades, líderes trabalhistas e diretores de laboratórios nacionais que colocam acima dos interesses de suas empresas a seguinte pergunta: "O que é mais importante para os Estados Unidos?". No Brasil, a CNI é uma organização forte, que possuiu um papel nacional e que precisa enfrentar sérios desafios econômicos, de crescimento lento, problemas de produtividade. Houve progressos no país, principalmente em relação ao crescimento da classe média. Mas é preciso resolver problemas de política fiscal, regulamentação governamental...
SAIBA MAIS - Veja todas as fotos no evento no Flickr da CNI.
REPRODUÇÃO DA ENTREVISTA - As entrevistas publicadas pela Agência CNI de Notícias podem ser reproduzidas na íntegra ou parcialmente, desde que a fonte seja citada. As opiniões aqui veiculadas são de responsabilidade do autor. Em caso de dúvidas para edição, entre em contato pelo e-mail [email protected].
