Superar contextos desafiadores e fortalecer a indústria nacional são tarefas que dependem de um setor produtivo unido. Por isso, em 2015, as ações de integração e coesão entre empresas e instituições representativas, cerne do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), serão ainda mais importantes. “Quanto mais forte e representativo for o movimento empresarial, maiores são as chances de chegarmos a um cenário mais favorável aos negócios”, diz o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. A conversa a seguir, com o dirigente da CNI, inaugura uma série de entrevistas, realizadas originalmente para o Boletim do Programa de Desenvolvimento Associativo e que a Agência CNI de Notícias passa a veicular. Confira:
As previsões indicam que 2015 será um ano difícil. Como a indústria deve reagir?
ROBSON BRAGA DE ANDRADE - Antes de tudo, a indústria precisa estar alinhada e unida para enfrentar um cenário de austeridade e adversidades. As dificuldades são impostas a todos nós do setor produtivo, independentemente de porte ou do que produzimos. Juntas, as empresas têm maior capacidade de representar seus interesses e de reagir em períodos delicados. Cenários mais complexos devem ser encarados como oportunidades para o desenvolvimento de soluções inovadoras, de melhorias do processo produtivo e de superação.
Ou seja, para reverter o quadro atual é preciso uma maior participação da indústria?
ROBSON BRAGA DE ANDRADE - Certamente. A participação ativa dos industriais é sempre importante, mas, em tempos difíceis, ela se torna imprescindível. Por essa razão é que nós – empresários, sindicatos patronais, federações, associações e CNI – temos buscado agir de maneira coordenada a respeito de questões prioritárias. Quanto mais forte e representativo for o movimento empresarial, maiores são as chances de chegarmos a um cenário mais favorável aos negócios.
Nesse contexto, qual é o papel do associativismo?
ROBSON BRAGA DE ANDRADE - O associativismo é o caminho mais eficiente para buscarmos a superação de dificuldades e a obtenção de benefícios comuns. Isso fica particularmente evidente em tempos de crise. Tanto os indivíduos quanto as organizações se tornam mais fortes à medida que compartilham interesses, definem estratégias e atuam coletivamente para alcançá-las. O atalho para a competitividade está na capacidade de a indústria fazer sua visão ser considerada pelo governo e pela sociedade. A intensidade dessa voz está diretamente ligada à integração entre as empresas e suas entidades de representação.
Há oito anos, a CNI criou o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) justamente para fortalecer a relação entre as indústrias e suas instituições de representação. Como o senhor vê a trajetória do programa?
ROBSON BRAGA DE ANDRADE - O PDA preenche espaços importantes. Primeiro, porque, por meio dele, os sindicatos se fortalecem, se profissionalizam e são capazes de representar melhor as demandas da base industrial. Isso é fundamental para consolidar o papel dos sindicatos, das federações e, consequentemente, da CNI como defensores e articuladores de interesses dos setores industriais. Segundo, porque aproxima os empresários, principalmente os micro e pequenos, do Sistema Indústria, que além dos sindicatos e das federações, é composto também por SESI , SENAI e IEL. Empresas de pequeno porte têm, nos sindicatos e nas federações, aliados importantes para obter serviços como capacitação e consultorias, que dificilmente poderiam contratar. A importância crescente do PDA é reflexo dessa atuação. Por isso, o programa está em constante aperfeiçoamento e a demanda por ações nos estados tem se mantido alta.