B20 Brasil: crescimento inclusivo para um futuro sustentável

Em artigo publicado no Estadão, o presidente da CNI, Ricardo Alban, e Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da Iochpe-Maxion, explica que a posição de destaque do Brasil no G20 é uma oportunidade de exercer maior influência

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No cenário global, dominado por conflitos geopolíticos e incertezas, o G20 e o B20 emergem como fóruns centrais de cooperação sobre temas urgentes na agenda internacional, moldando o debate na direção do desenvolvimento sustentável. Neste ano, o Brasil ocupa a presidência do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, e do B20, que congrega os setores econômicos dos membros do G20. Essa posição de destaque abre uma oportunidade para que possamos exercer uma maior influência sobre os rumos do planeta nos próximos anos.


Sediar o G20 e o B20 permite que o Brasil mostre não só o seu potencial econômico, mas também o seu papel primordial em pautas importantes para o mundo contemporâneo.


Os dois fóruns podem impulsionar grandes reformas que o Brasil está determinado a realizar, desde o necessário processo de neoindustrialização e de minimização dos efeitos adversos das mudanças climáticas, até a redução do custo de capital e a capacidade de atração de investimentos produtivos. Estamos convencidos de que o B20 Brasil será importante na consolidação e no êxito da agenda público-privada, acelerando um novo ciclo de crescimento para o país.

Instância preponderante de cooperação, o G20 representa 87% da economia global. O grupo também é de suma relevância para o Brasil, pois é responsável por cerca de 90% dos investimentos diretos recebidos pelo país e destino de 92% dos nossos investimentos no exterior. O bloco tem uma atuação fundamental nas agendas econômica e financeira e na coordenação de assuntos políticos, assim como na adoção de iniciativas para a diminuição das desigualdades sociais e de melhores práticas na transição para uma economia de baixo carbono.

O B20 Brasil é um espaço que reúne mais de mil representantes do setor privado dos países do G20 para construir consensos em áreas estratégicas e identificar prioridades para os governos. O grupo estimulará parcerias entre empresas e organizações governamentais, além de medidas que fomentem a expansão econômica e o desenvolvimento de negócios alinhados ao lema “crescimento inclusivo para um futuro sustentável”. Líderes empresariais dos 20 países se encontraram, no dia 29, no Rio de Janeiro, para debater a conjuntura e as perspectivas globais. Esse encontro marca o início dos trabalhos do B20 Brasil.

Sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as discussões se darão em torno de cinco pilares centrais, que tratam de temas cruciais para o progresso das economias, a melhora das condições de vida das populações e o enfrentamento dos prejuízos causados pelas mudanças do clima. São eles: crescimento inclusivo e combate à fome, à pobreza e às desigualdades sociais; transição justa para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa; aumento da produtividade por meio da inovação; resiliência das cadeias globais de valor; e valorização do capital humano.

Esses pilares vão nortear os trabalhos de oito forças-tarefas temáticas e um Conselho Consultivo com o objetivo de elaborar sugestões de políticas públicas a serem entregues aos chefes de Estado e de governo do G20. Esses grupos vão atuar em: comércio e investimento; emprego e educação; transição energética e clima; integridade e conformidade; transformação digital; finanças e infraestruturas; sistemas alimentares sustentáveis e agricultura; e mulheres, diversidade e inclusão nos negócios. Eles serão liderados por 25 CEOs e altos executivos que, pela experiência e pelo profundo conhecimento em suas áreas, poderão dar uma contribuição valiosa.


Nossa expectativa é que as propostas sejam colocadas em prática pelos países do G20. Para que isso ocorra, nos dedicaremos a priorizar sugestões de alto impacto que sejam factíveis. Além disso, desejamos que os participantes do B20 se envolvam ativamente nas discussões e na promoção das recomendações, assegurando a ampla representatividade dos mais diferentes setores e países.


Os desafios econômicos, geopolíticos, sociais, de saúde e segurança sanitária do panorama atual demandam ações rápidas e globalmente coordenadas. Embora o G20 reúna países com grandes diferenças em indicadores econômicos, de inclusão social e de sustentabilidade, essa diversidade deve, na verdade, ser encarada como uma enorme oportunidade. Ela favorece uma multiplicidade de visões que pode facilitar o surgimento de respostas criativas para problemas comuns.

O G20 e o B20 são grandes catalisadores para avançar nas mudanças e nos compromissos necessários para um futuro mais justo e promissor para todos. Como anfitrião dos dois fóruns, o Brasil tem uma chance singular para unir os países e seus segmentos empresariais em torno de propósitos comuns para a construção de um modelo de crescimento econômico vigoroso, mais inclusivo e sustentável.

*Ricardo Alban é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

*Dan Ioschpe é presidente do Conselho de Administração da Iochpe-Maxion e chair do B20.

O artigo foi publicado no jornal Estadão no dia 27 de janeiro. 

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