Momento de reformas

Para o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso Ferreira, o momento é de romper desafios e construir bases sustentáveis para um futuro promissor, de crescimento e desenvolvimento

Crises estimulam o aprimoramento e devemos vê-las como oportunidades. O Brasil passou por várias, que trouxeram instrumentos para suprir lacunas, como: a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição Federal de 1988, que tiveram suas importâncias e contribuições, mas ainda há obstáculos que o Estado não conseguiu romper. Somos reconhecidos pela burocracia e complexidade de leis, sendo imprescindíveis a realização de mudanças no âmbito das relações do trabalho, da previdência, da legislação ambiental, tributária, política, entre outras.

O desafio da gestão pública é conduzir suas estruturas com governança e eficiência, evitando aumento de tributos, pois a sociedade não aguenta os excessos, que elevam o custo da produção, desestimulam a geração de empregos e reduzem o poder de compra da população. O governo federal tem apresentado propostas de reformas que merecem ser apoiadas como alternativas para a retomada do crescimento, pois o atual modelo não é sustentável.

É justo o reconhecimento nas ações de modernização das leis do trabalho e da previdência, bem como ao Congresso Nacional pela aprovação do projeto de terceirização. A sociedade precisa se conscientizar que o cenário é complexo e exige medidas duras. Vários países chegaram ao patamar de desenvolvimento pelo senso de urgência e coragem de mudar.

Forças políticas e contrárias, movidas a interesses partidários e corporativistas, estão se movimentando, em detrimento dos interesses coletivos.  Minorias organizadas tentam desvirtuar a realidade, com informações infundadas e falsas, como ao afirmar que a terceirização irá causar desemprego e precarização das relações de trabalho e que as reformas trabalhista e previdenciária irão acabar com direitos dos trabalhadores.

O trabalho dignifica o ser humano e o mais importante neste momento é se buscar a sobrevivência das empresas e a redução do desemprego.

Mitos e desinformações precisam ser combatidos para que a verdade prevaleça e seja feito aquilo que é melhor para o Brasil. Precisamos de união, diálogo e desapego a ideologias, pois estamos todos no mesmo barco e se não forem implementadas mudanças no curto prazo, todos pagaremos a conta, que tem se tornado cada vez maior.

O artigo foi publicado no jornal O Popular, neste domingo (09/04).

Paulo Afonso Ferreira é vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidente do Conselho de Assuntos Legislativos da CNI e diretor-geral do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Relacionadas

Leia mais

Proposta de modernização das leis do trabalho valoriza o papel dos sindicatos e fortalece diálogo
Crise econômica reduz competitividade das empresas brasileiras
VÍDEO: Brasileiros acreditam que o desemprego foi o principal problema do país em 2016. Confira no Minuto da Indústria

Comentários