CNI defende que países do G-20 priorizem investimentos em infraestrutura e apoia criação do GIF

Entidade entende que o setor pode contribuir com peso significativo para o desenvolvimento das economias e elevar em 2% o PIB mundial nos próximos cinco anos

Os países do G-20 devem priorizar investimentos em infraestrutura e manter o compromisso de criar um sistema que facilite a mobilização de recursos para projetos a serem desenvolvidos nos países emergentes. Essa é a mensagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para a reunião dos chefes de Estado do G-20, que ocorre em 15 e 16 de novembro, na Austrália. A CNI representa o Brasil na Coalizão B-20, grupo que reúne entidades empresariais que representam 6,7 milhões de empresas em todo o mundo.

A CNI entende que a infraestrutura é a área que pode contribuir com peso maior para o crescimento e o desenvolvimento das economias, além de ter o potencial de elevar em 2% o Produto Interno Bruto (PIB) mundial nos próximos cinco anos. Em outubro, o Banco Mundial lançou o Financiamento de Infraestrutura Global (GIF, da sigla em inglês) e pretende reunir as maiores empresas de private equity, fundos de pensão e bancos comerciais para investir nos países em desenvolvimento. Essa iniciativa cria mecanismos e assistência técnica para dar suporte à preparação de projetos, melhorar o ambiente regulatório e apoiar a modelagem para auxiliar na mobilização de recursos.

Na avaliação da CNI, só será possível tirar o máximo proveito das linhas de crédito e da experiência privada se os projetos apresentados e os marcos regulatórios forem de qualidade, seguros e transparentes. Para isso, os países do grupo devem desenvolver projetos de investimentos de infraestrutura e regulações compatíveis com as melhores práticas globais. “Essa recomendação vai estimular o crescimento econômico e a criação de empregos. No caso do Brasil, as obras precisam sair do papel. A qualidade dos projetos e a regulação em infraestrutura são fundamentais para atrair investimentos”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A ação coordenada pelos países membros do G-20 já demonstrou seu potencial de cooperação multilateral. No entanto, a recuperação econômica global ainda depende das reformas estruturais previstas desde 2008. Dessa forma, a CNI defende a continuidade de reformas estruturais capazes de garantir a sustentabilidade fiscal no médio prazo, melhorias na operação dos mercados de trabalho e formação de recursos humanos, acordos comerciais voltados para eliminação de barreiras ao comércio e investimentos, simplificação dos procedimentos aduaneiros nos países do G-20, melhoria da infraestrutura de comércio e acordos de reconhecimento mútuo entre os países do grupo.

Para a indústria brasileira, o ambiente global ainda é frágil e o G-20 deve priorizar ações capazes de gerar um clima para a recuperação da confiança dos investidores privados.

INTEGRANTES B-20 : CNI (Brasil); Ai Group (Austrália);  BDI (Alemanha);   BUSA (África do Sul);  Businesseurope (Europa); CBI (Reino Unido);  CCC (Canadá);·  CEOE (Espanha);  CII (Índia); Confindustria (Itália);   Coparmex (México);  FKI (Coreia do Sul) ;  Medef (França); Tüsiad (Turquia);   UIA (Argentina);  US Chamber (Estados Unidos).

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