Região Sul e Sudeste debatem ações para garantir uma produção sustentável

Fator ambiental transformou-se em indicador decisivo na competição de mercados globalizados e conectados

A terceira reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente Regional Sul-Sudeste (Coema) reuniu na sede da FIERGS, nesta sexta-feira (3), representantes de entidades empresariais, governos e executivos para debater os rumos da sustentabilidade no Brasil. “O fator ambiental transformou-se em indicador decisivo na competição de mercados globalizados e conectados. Inclusive, há pensadores apontando que o ambientalismo constitui-se em um novo poder nas sociedades democráticas”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, na abertura do evento.

O industrial destacou que a FIERGS mantém uma cultura de pioneirismo na busca pela conciliação do desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente e citou três iniciativas da entidade nessa área: a criação do Conselho de Meio Ambiente na década de 80, a estruturação do Banco de Resíduos Sólidos e a instalação do Centro de Tecnologias Limpas do Senai-RS, nos anos 90, em convênio com as Nações Unidas.

Para o secretário-executivo do Coema, Shelley de Souza Carneiro, o País tem dado grandes passos em direção ao desenvolvimento sustentável. “A realização da Rio+20 foi importante. E o documento final gerado possui questões fundamentais a serem seguidas por todos envolvidos. Houve críticas que o texto ficou genérico, mas construir um consenso entre 180 países com cultura e economia distintas foi um grande desafio e conseguimos avançar”, salientou.

O coordenador do Conselho de Meio Ambiente da FIERGS, Torvaldo Marzolla Filho, disse que o Brasil vai continuar crescendo e precisará estar um passo à frente das demais nações nas questões ambientais para ocupar espaço no mercado internacional “Devemos estar atentos, pois este também poderá ser um argumento externo para tentar frear a entrada de produtos brasileiros”, alertou.

A diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do Ministério do Meio Ambiente, Ana Maria Vieira dos Santos, relatou que “o governo vem fazendo um grande esforço para aumentar a renda da população e a inclusão significa maior necessidade de sustentabilidade”. Dessa forma, reforçou, “precisamos mudar a forma de produzir e consumir e parceria com o setor empresarial será fundamental”. A mesma opinião foi compartilhada pelo secretário-adjunto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do RS, Thiago Krebs. “Estamos trabalhando para a modernização dos processos dos órgãos ambientais do Estado, e contamos com o apoio da CNI e da FIERGS”.

O representante da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável no Brasil (Unido), Marcelo Alves de Sousa, disse que com a maior inclusão social e o fortalecimento industrial, a demanda por energia irá crescer rapidamente. “Apostar em formas alternativas, como o biogás, é um caminho seguro para resolver o problema de escassez. O Brasil irá liderar esse processo e será referência mundial”.  

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