A segunda edição do Hackathon, evento promovido pelo SESI Lab em parceria com a Caixa Econômica Federal, agitou o fim de semana do museu de arte, ciência e tecnologia. Durante três dias, 40 jovens de oito regiões administrativas do Distrito Federal pensaram em ideias e projetos sobre sustentabilidade e justiça climática com objetivo de implementá-los em suas comunidades.
Os participantes contaram com mentoria de especialistas e as três propostas mais viáveis foram contempladas com prêmios em dinheiro. A cerimônia de premiação foi no domingo (27).
O primeiro lugar ficou com a equipe Ayllu, que apresentou um projeto para uso de asfalto ecológico em periferias e áreas rurais atingidas por fortes chuvas. O asfalto seria produzido a partir de resíduos de pneus descartados. “O Hackathon é uma iniciativa ótima, porque nos dá a oportunidade de aprender na prática: idealizar, pesquisar, entender os problemas e propor uma solução”, diz João Pedro Praça, de 18 anos, um dos membros da equipe, que contou ainda com Ethel Blota, Giovanna Barros e Igor Paulino. Eles dividiram o prêmio de R$ 15 mil.
Segundo lugar para projeto de reciclagem
Em segundo lugar ficou a equipe EcoLares, que propôs a criação de uma empresa para reciclar e transformar resíduos de construção civil em três materiais: grão grosso, grão médio e areia. “É muito bom ver jovens participando de iniciativas de ciência e tecnologia, o que ajuda na inserção no mercado”, afirmou Jonathan Moura, de 27 anos, que dividiu o prêmio de R$ 7 mil com Érika Jordão, Isaac Faria, Maria Eduarda da Silva e Arthur Castro.
Sistema de irrigação inteligente levou o 3º lugar
A terceira colocação ficou com a equipe EcoSentinelas, que desenvolveu uma proposta de sistema de irrigação inteligente e sustentável, que faz a captação da água da chuva em cisternas subterrâneas. “Iniciativas como o Hackathon são importantes porque reúnem pessoas com boas ideias para novos produtos e serviços”, disse Vanessa Galvão, 23 anos, que competiu ao lado de Bruno Farias, Douglas Silva, Gustavo Santos e Lia Santos. O prêmio foi de R$ 3,5 mil .
SESI Lab é um espaço vivo de divulgação científica
O júri foi composto por Cândida Oliveira, gerente de Desenvolvimento Institucional do SESI Lab; Juliana Hermano, especialista em gestão de sustentabilidade corporativa da Caixa; e Rita dos Santos, docente da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).
A coordenadora de Ações Educativas e Pesquisa do SESI Lab, Luciana Martins, destacou que a crise climática é uma pauta urgente e transversal que permeia as ações do museu.
“O SESI Lab é mais do que um museu - é um espaço vivo de divulgação científica, de conexão entre saberes, experiências e soluções que impactam diretamente a sociedade. Ao promover este Hackathon, colocamos a ciência ao alcance de todos, como ferramenta de transformação social”, afirmou Luciana Martins.
Luciana ressaltou que o evento estimula o pensamento crítico e criativo, fortalecendo a capacidade dos jovens de propor inovações voltadas à sustentabilidade e à justiça climática. “A emergência climática exige respostas coletivas e ousadas. Queremos fomentar redes de colaboração e abrir caminhos para parcerias que resultem em soluções sustentáveis, aplicáveis e socialmente justas. Contamos com cada um de vocês para que, juntos, possamos pensar e construir um futuro melhor, tanto para o nosso país quanto para as diferentes regiões do Distrito Federal.”
Sustentabilidade e justiça climática
Os 40 participantes da segunda edição do Hackathon passaram o fim de semana imersos na maratona de conhecimento. A abertura do evento, na sexta-feira (25), contou com palestras do líder do Centro de Excelência em Sustentabilidade e Impacto da Caixa Econômica Federal, Luis Felipe Bismarchi, e da bióloga e educadora para sustentabilidade Mônica Passarinho.
Segundo Bismarchi, o Hackathon é um espaço para a cocriação de soluções e de ideias que emergem nos territórios das comunidades. “Há uma questão de coerência em falar de justiça climática e permitir que as pessoas que de fato sabem quais são suas dores participem do processo”, explica Bismarchi.
“Vejo o Hackathon como um mecanismo para garantir o acesso mais democrático e inclusivo para as pessoas terem influência na construção de soluções dos problemas que vivem e dos sonhos que desejam alcançar. Ter os jovens como protagonistas disso é algo essencial para falarmos de uma transição justa de verdade, diz Luis Felipe Bismarchi”.
Para Mônica Passarinho, a temática de sustentabilidade e justiça climática é bastante atual. “Sou fã dos jovens e da juventude, porque há essa energia em que se conectam com coisas que sejam boas para eles próprios e para o planeta”, diz.
O sábado foi agitado para as equipes, que definiram seus papeis e responsabilidades. Os projetos passaram por ideação, estruturação e desenvolvimento do PMV (produto mínimo viável). Os jovens também prepararam e treinaram os pitches dos seus produtos. Houve, ainda, distribuição de mudas de árvore do cerrado para os visitantes do SESI Lab durante o fim de semana.
Todos contaram com mentoria e apoio de Nayana Cambraia, gerente de portfólio na NESsT, na qual lidera iniciativas de impacto social e desenvolvimento sustentável na Amazônia; Daniela Falcomer Fraga, da Diretoria de Sustentabilidade e Cidadania da Caixa; Magnun Araújo, consultor na área de Inovação e Negócios de Impacto e especialista na recepção de projetos para apoio à inclusão socioeconômica, inovações para políticas e negócios da Caixa.
Priscila Cesarino, responsável pela análise e qualificação de projetos a serem financiados com recursos do Fundo Socioambiental da Caixa; e Elaine Gouveia, vinculada à área de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa, na qual contribui para transformar ideias em negócios que geram impacto real.
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