Desafio Covid-19 de Robótica: Juízes falam da fase 1

Cerca de 367 equipes participaram, mas apenas 30 projetos serão selecionados para a próxima etapa. O resultado sai na terça-feira (18)

Estudantes de todo Brasil – do Serviço Social da Indústria (SESI), de escolas privadas, públicas e equipes de garagem – estão empenhados em encontrar soluções para a pandemia do novo coronavírus. O Desafio Covid-19 de Robótica recebeu 1.993 inscrições de jovens, com projetos para minimizar e prevenir o contágio da doença.

Entretanto, não foram apenas os jovens que se mobilizaram na competição. Do outro lado, uma bancada composta por 100 juízes voluntários recebeu os vídeos e os relatórios produzidos pelas equipes. Tudo feito a distância e on-line, ou seja, cada juiz na sua casa.

Como os estudantes, o time de juízes também foi dividido em equipes para avaliar os 367 projetos enviados na primeira fase do Desafio.

“A competição trouxe um modelo desafiador, tanto para as crianças quanto para os avaliadores. Em um universo com mais de 300 equipes inscritas, com vários trabalhos bons, escolher quais seguirão para a segunda fase foi uma missão árdua”, conta a médica e professora universitária, Solange Campos Vicentini.

Ela se envolveu com competições de robótica porque sua filha, Joana Campos, hoje com 23 anos, participa dos torneios desde o ensino médio. Depois que não pôde mais competir, Joana se manteve ligada às competições como juíza.

Ao perceber a relação da jovem com os torneios de robótica, Solange também decidiu se voluntariar e participou pela primeira vez, em 2019, de uma etapa regional no Rio de Janeiro.

“A experiência como juíza foi bastante emocionante e cheia de aprendizados. Quando abriram as inscrições para esse desafio, eu nem pestanejei. Me voluntariei sem dúvidas”, relata Solange.

Para ela, apesar das dificuldades causadas pela pandemia, os jovens abraçaram o Desafio Covid-19, venceram adversidades e apresentaram projetos inovadores. “Estou convicta que a próxima etapa nos surpreenderá com grandes inovações desses futuros empreendedores”, afirma a professora.

Denise Ferreira (de tiara colorida) participa dos torneios há mais de sete anos

Jovens de mente aberta apresentam projetos grandiosos

Os torneios de robótica são conhecidos por surpreender os adultos. Afinal, as crianças e os jovens que participam têm uma visão diferente das outras pessoas e isso, na maioria das vezes, faz com que as equipes apresentem soluções inéditas para problemas do dia a dia.

Apesar do distanciamento social e outras dificuldades causadas pela pandemia, os participantes Desafio Covid-19 de Robótica não decepcionaram.

“Os jovens foram ousados e não tiveram medo de propor projetos que fogem das questões que, nós, adultos, colocamos travas. Eles têm uma mente mais aberta e nós percebemos isso nos relatos apresentados”, conta Denise Ferreira.

A professora da área de Computação do Instituto Federal Minas Gerais (IFMG) participa das competições há mais de sete anos. Além de juíza voluntária, Denise já foi técnica de equipe. Então, ela entende os dois lados das competições. 

Para ela, torneios como esse incentivam o desenvolvimento de uma educação de qualidade no Brasil e desperta um novo olhar nos jovens e nos adultos que participam. "Essa participação como voluntária nos faz ganhar mais do que doar", destaca Denise.

Silas Virgílio faz parte da comissão de avaliação do Desafio Covid-19, mas já participou das competições de robótica em outras modalidades

O colega voluntário Silas Virgílio concorda. O engenheiro eletricista faz parte da comissão de avaliação e explica que as diferenças entre os profissionais da equipe foi fundamental para a elaboração do Desafio. "Cada pessoa traz uma experiência diferente. Foi um grande desafio em todos os aspectos. Eu, por exemplo, consegui trazer informações ligadas à minha profissão de formas diretas e indiretas. Outra colega, que está concluindo um doutorado na área de medicina, também colaborou bastante. Foi um processo bastante enriquecedor", conta Silas. 

O avaliador também teve outros contatos com os torneios de robótica, antes de ser juiz voluntário. Silas conheceu a For Inspiration and Recognition of Science and Technology (FIRST) em 2007, como aluno. Anos depois, em 2013, se tornou voluntário nas competições e, em 2018 e 2019, atuou como juiz chefe da categoria FIRST Tech Challenge (FTC). 

Para Silas, a fase 2 trará uma série de projetos que poderão fazer bastante diferença e ajudar muitas pessoas durante a pandemia. "Acreditamos que serão selecionadas soluções que vão impactar o mundo, impactar a comunidade de alguma maneira. Acreditamos no potencial desses estudantes. Temos certeza que as equipes que vão para a fase 2 ainda têm muita coisa para apresentar e desenvolver nesse desafio" conta o avaliador. 

Sobre a segunda fase e as premiações

Na segunda etapa, será preciso detalhar a proposta, que será avaliada com relação à pesquisa, criatividade e inovação, além de empreendedorismo e impacto social.

Ao todo, sete equipes serão premiadas: 1º, 2º e 3º lugares no geral, e ainda, premiações exclusivas para as categorias: Melhor Projeto de Pesquisa; Melhor Projeto em Criatividade e Inovação; Melhor Proposta de Empreendedorismo e, também, de Impacto Social. Os prêmios não são cumulativos, ou seja, cada equipe selecionada só poderá ser premiada em uma categoria. 

Todas as sete equipes vencedoras ganharão medalhas individuais por competidor e um troféu por equipe, da respectiva categoria conquistada.

Além disso, as três primeiras colocadas serão convidadas a expor seus projetos em um stand exclusivo, durante o próximo Festival SESI de Robótica, previsto para ocorrer em março de 2021.

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