O acordo entre o Mercosul e a União Europeia será muito importante para dar um sinal aos outros países de que o protecionismo não é o caminho. Essa é a avaliação do vice-ministro do Ministério de Assuntos Econômicos e Energia da Alemanha, Mathias Maching. Ele apelou por um bom acordo entre os dois blocos até o fim do ano, durante a 44ª Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica, que ocorre paralelamente ao 35º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EBBA), em Porto Alegre, nesta terça-feira (14).
“Para a Alemanha, o acordo Mercosul-União Europeia é prioridade, pois também tem o potencial de acelerar as reformas internas no Brasil. Essas reformas são necessárias para melhorar o ambiente de negócios para investimentos estrangeiros. Mas também quero dizer que a Alemanha está aberta para os investidores brasileiros”, afirmou Maching.
Segundo o secretário-geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão, o Brasil está comprometido em trabalhar por um acordo ambicioso, abrangente, equilibrado e vantajoso para os dois blocos. “As possibilidades para a conclusão das negociações são muito favoráveis e devemos aproveitar essa janela de oportunidade”, disse o embaixador.
A Comissão ocorre uma vez por ano, durante o EBBA, e reúne representantes dos dois governos e da iniciativa privada para tratar de barreiras ao comércio e aos investimentos e temas sensíveis da relação bilateral.
COMISTA - Na 44 ª edição, a pauta tratou de: cooperação em inovação; Indústria 4.0; cooperação em eficiência energética para veículos pesados; sistemas ferroviários ambientalmente sustentáveis; programa rota 2030, de renovação da frota; acordo quadro de cooperação financeira Brasil-Alemanha; educação dual; cooperação em infraestrutura; regulação de equipamentos médicos; acordos para evitar dupla tributação, acordo de previdência social e barreiras para a exportação de erva mate do Brasil para Alemanha.
TRIBUTAÇÃO - Governos e setores privados alemães e brasileiros concordam sobre a urgência em negociar um acordo para evitar a dupla tributação. A pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias Alemã (BDI), o tema será debatido em consultas intergovernamentais de alto nível, em 2018. O acordo é importante para reduzir a tributação sobre investimentos, royalties e prestação de serviços.
INFRAESTRUTURA – Os governos dos dois países acataram a proposta dos setores privados alemão e brasileiro de realizar um seminário, em 2018, para discutir novas tecnologias para sistemas ferroviários, entre elas a eletrificação da rede.