Empresa desenvolve tecnologia nuclear para eliminar bactérias

Segundo o idealizador do projeto e proprietário da EB Engenharia, Marcelo Giannetto, a máquina usa de tecnologia nuclear (emissão de raios-gama) para eliminar bactérias durante a produção de etanol

A EB Engenharia, em associação com um grupo de pesquisadores, desenvolveu uma máquina de esterilização de processos de produção de etanol que dispensa o uso de antibióticos e de aquecimento na eliminação de bactérias.

Segundo o idealizador do projeto e proprietário da EB Engenharia, Marcelo Giannetto, a máquina usa de tecnologia nuclear (emissão de raios-gama) para eliminar bactérias durante a produção de etanol. Giannetto acrescenta que o mesmo processo também pode ser aplicado à produção de suco de laranja e leite. O processo foi patenteado no Brasil em setembro de 2012, há um mês também foi patenteado nos Estados Unidos e neste ano uma patente começou a ser requerida na China, segundo Giannetto.

A tecnologia demandou investimentos de R$ 8 milhões e dez anos de estudos. Já foi testada em uma usina de etanol nos Estados Unidos em uma escala 100 vezes menor do que a comercial.

A EB Engenharia negocia a implantação da tecnologia com empresas dos Estados Unidos e do Oriente Médio. “Mas gostaríamos de iniciar negócios aqui no Brasil”, diz Giannetto. A dificuldade, segundo ele, é que quase não são desenvolvidas tecnologias nucleares no país. “Teríamos hoje um parceiro no exterior para produzir essa máquina, mas o ideal é que houvesse um parceiro no Brasil”, completa.

Implantar a máquina e sistemas de monitoramento custa entre R$ 3 milhões e R$ 12 milhões, dependendo do tamanho e da demanda de cada usina, conforme explica Giannetto. Ele calcula que as usinas gastem em torno R$ 0,02 por litro somente com antibióticos para eliminar bactérias do processo de produção do etanol (não se considera no cálculo outros métodos também usados na eliminação de bactérias, como o aquecimento). “Essa máquina se paga em 20 anos com o custo de meio centavo de real por litro de etanol produzido”, diz Giannetto. Ele garante que o processo não deixa resíduos no produto final.

De forma didática, os raios-gama são da mesma “família” do conhecido raio-x, no entanto, têm ondas com maior grau de penetrabilidade (ultrapassam papel, alumínio e chumbo).

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