Era uma vez, em uma terra não tão distante, uma escritora que se encantou pelas ilustrações de um jovem artista. Juntos formaram uma parceria e, recheado de poesia e narrativa lírica, nascia o livro Mari Sol.
A publicação é a estreia de Jaque Bittenccout, 21 anos, ex-aluna do Serviço Social da Indústria (SESI/MT), no universo literário. Com desenhos do talentoso Heitor Primo, um baiano de apenas 15 anos, a obra introduz conceitos sobre controle de sentimentos e perdas.
A protagonista da história é Mariana, mais conhecida por Mari Sol, que aos seis anos de idade está sempre alegre e radiante, ama os amigos e é apaixonada por dinossauros. A garotinha vive na Cidade das Estações, em que cada sentimento é representado por uma época do ano, e onde todo o enredo se desenrola.
“Escolhi essa temática porque o livro foi escrito logo no início da pandemia do novo coronavírus e, nesse período, estávamos perdendo muitas pessoas queridas. Como o livro era para criança, a ideia foi mostrar para elas um pouco disso, de uma forma mais leve.”
Jaque ressalta que falar sobre perdas é muito difícil até mesmo para adultos, então, a intenção foi abordar o assunto trazendo algum tipo de conforto, leveza e naturalidade para os pequenos. A publicação, viabilizada de forma independente, ganha ainda mais ludicidade, cores e beleza com as ilustrações do jovem Heitor, que também é o responsável pela diagramação. Aliás, o processo criativo foi inverso: primeiro veio a personificação da protagonista e, depois, o desenrolar do enredo.
“Ele postou o desenho de uma garotinha em um grupo que temos em comum. Comentei como ela se parecia comigo e, a partir disso, começamos a pensar no livro e ela se tornou a personagem principal”, lembra Jaque, ressaltando que conheceu Heitor pela internet e admirava seu trabalho.
A história começa no reino encantado do SESI
Jaque sempre foi uma pessoa criativa e curiosa, fato que foi observado por seus professores. A escritora estreante estudou no SESI Escola Várzea Grande (MT) por 11 anos, desde o primeiro ano do ensino fundamental até concluir o ensino médio, em 2017. Aos 17 anos, começou o curso de Publicidade e Propaganda, que acabou trancando durante a pandemia, mas planeja retornar em breve.
"A forma que o SESI me ajudou foi bem legal, porque eu era a aluna que participava de tudo. Desde decorações, eventos, empreendedorismo, oficinas, coral... A criatividade no SESI sempre foi estimulada e isso me encorajou", conta a escritora.
Após a publicação do livro, como forma de agradecimento, Jaque voltou ao SESI para presentear os educadores e deixar na biblioteca da unidade exemplares do livro. “O SESI foi o local onde eu passei boa parte da minha vida. Esses professores fazem parte da minha história, da minha infância e adolescência e sou muito grata a eles”.
Mônica Nascimento, professora de Língua Portuguesa do SESI, 33 anos, foi uma das presenteadas pela ex-aluna. Ela conta que foi emocionante receber o livro.
"A atitude dela de chegar e dizer que lembrou da gente e queria nos deixar com algo da sua produção, me deixou emocionada. Eu chorei e fiquei muito feliz, eu lembro da Jaque em vários momentos dentro da escola. Então, quando vemos um aluno tendo sucesso, sabemos que todo nosso esforço e dedicação valeu a pena", relembra Mônica.
A magia começa na leitura e vai para a vida real
Mônica, formada em Letras, explica que o SESI é o local que, além de incentivar, dá oportunidade para os alunos colocarem em prática metas e sonhos.
"O SESI potencializa não só no conhecimento, mas também o crescimento pessoal de nossos alunos, proporcionando projetos de leitura, dando a oportunidade da escolha de acervos para compor a nossa biblioteca e muito mais", explica.
Para encantar e despertar o gosto pela escrita nas crianças e em outros estudantes, Jaque também doou exemplares para todas as creches e escolas de ensino fundamental da região do bairro Cristo Rei, onde mora.
Para adquirir! Os interessados em apoiar a jovem escritora e adquirir exemplares, basta entrar em contato pelo Instagram @jaqbittenccourt.