Allez le Brésil: com 2ª maior delegação, país brilha na abertura da WorldSkills

Cerimônia abre mundial de educação profissional com show para 12 mil pessoas, presença do presidente Emmanuel Macron e brasileiros se destacando no desfile das delegações e na arquibancada

Diante de 12 mil pessoas, entre elas o presidente francês Emmanuel Macron, a delegação do Brasil chamou atenção na abertura da 47ª edição da WorldSkills (WS) não só pela animação e o carisma mundialmente conhecidos dos brasileiros.  

Com um time que chega a 170 pessoas, com 64 competidores mais delegados técnicos, experts e intérpretes, o país tem a segunda maior delegação no mundial de educação profissional. Só fica atrás da China, com quatro competidores a mais.

A abertura aconteceu na arena LDLC na noite desta terça-feira (10), com a presença ilustre do presidente da França, o tradicional desfile das delegações, o juramento da competição, além de discursos de representantes da WorldSkills.  

Luzes e tecnologia - incluindo uma apresentação feita com inteligência artificial, dançarinos flutuantes no palco e pulseiras entregues ao público que piscavam nas cores da bandeira francesa - deram o tom futurístico ao show com música, que sempre acontece nas cerimônias da WS.

A WorldSkills acontece até domingo (15) em Lyon, na França, com 69 países e regiões e 1.400 jovens na disputa. De quinta a sábado, serão realizadas as provas e, no domingo, acontece a cerimônia de encerramento. Nesta edição, dos 64 brasileiros, 57 são do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e sete do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

Além do Brasil, outras delegações também chamaram atenção, como o Quirguistão, que participa pela primeira vez do mundial com três competidores e a Palestina, com um menino e uma menina, muito aplaudidos pelo público no desfile.   

Primeira mulher indiana a ganhar uma medalha de ouro, Shweta Ratanpura fez um discurso inspirador para os competidores: “Habilidades constroem um futuro melhor. Amigos, familiares e experts vão olhar para vocês. Deixem sua marca, sua tarefa não é só ser campeão nos próximos quatro dias, mas todo os dias da sua vida”.

Como estamos, Brasil? 

O Brasil tem tradição no torneio, tendo conquistado o terceiro lugar geral na última edição presencial, na Rússia em 2019, quando o disputou 56 das 62 ocupações. Desde 2011, o país figura entre o top 5 da competição.   

No domingo e ontem, experts e competidores estiveram nas áreas de competição para ambientação e teste de equipamentos. Darli Amaral, competidor da ocupação #12 Aplicação de Revestimentos Cerâmicos, reconheceu que estava com receio da organização entregar poucas ferramentas, mas acabou se surpreendendo. As expectativas são boas. 


“Vou ter que construir e revestir um banco, uma parede e um tanque. Vai ser uma prova com mais construção que as que eu tinha feito no nacional, que tinha um revestimento mais artístico. E vou ter que ser rápido, porque essa parte da construção vai tomar muito tempo”, avalia o mineiro. 


Nathan Rodrigues, da #60 Optoeletronica, tem um desafio a mais: uma alergia adquirida com o manuseio dos equipamentos que ele utiliza na competição – não sabe ainda se a mangueira neon de LED ou a cola, porque não deu tempo de voltar na dermatologista.

Nathan (à direita) e colegas da delegação se apresentam para alunos franceses

Já contratado em uma grande empresa de distribuição e manutenção de materiais elétricos, o egresso da Aprendizagem de Eletricista e do curso técnico em Eletroeletrônica foi convidado pelo SENAI a tentar a vaga para uma das seis novas ocupações da WS. Está 100% dedicado à competição desde o início do ano. 


“Na nossa ambientação, não deixaram a gente testar os nossos equipamentos, mas entregaram os kits pra gente se familiarizar. As provas envolvem montagem de lâmpada e da mangueira neon de LED até configuração de sistemas automatizados”, explica Nathan, que disputa o pódio com outros cinco competidores. 


Fraternité 

Na manhã de hoje, antes de se arrumarem para a abertura, os competidores estiveram na escola Gérard Philipe, no município Saint-Priest, região metropolitana de Lyon. A visita faz parte do programa One School One Country, que tem como objetivo envolver estudantes da cidade sede com a competição.  

Os alunos tiveram a oportunidade de aprender mais sobre o mundial, as ocupações que os competidores brasileiros disputam e a cultura do Brasil. E não podia faltar o samba e o futebol. A escola, com cerca de 190 estudantes, tem uma turma de aulas de português, ministradas por um professor franco brasileiro que fez doutorado em Linguística em Campo Grande (MS). Confira os melhores momentos e não deixe de acompanhar a cobertura completa no Instagram do SENAI.

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