O desempenho da indústria brasileira em março mostra que a recuperação do setor continua em ritmo lento. O faturamento caiu 2,5%, as horas trabalhadas na produção recuram 0,9% e o emprego teve queda de 0,2% em março na comparação com fevereiro, na série livre de influências sazonais, informam os Indicadores Industriais, divulgados nesta quarta-feira (2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As quedas são atípicas, porque março é, tradicionalmente, um mês de atividade industrial mais forte, avalia a CNI. A retração do faturamento interrompe uma sequência de duas altas e é o pior resultado mensal em cinco meses. A queda do emprego foi a primeira depois de cinco meses de alta. As horas trabalhadas na produção registraram a segunda queda consecutiva. "A indústria continua enfrentando dificuldades e, com isso, a recuperação da atividade industrial segue lenta.", diz o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Mesmo assim, o desempenho desses indicadores no primeiro trimestre é positivo. Na comparação com o primeiro trimestre de 2017, o faturamento cresceu 6,2%, as horas trabalhadas na produção aumentaram 0,5% e o emprego subiu 0,5%, informa a CNI.
Em março o nível de utilização da capacidade instalada da indústria subiu 0,2 ponto percentual frente a fevereiro, na série dessazonalizada, e ficou em 78,2%. Os indicadores de massa real de salários e rendimento médio do trabalhador também são positivos nesta base de comparação. A massa real de salários subiu 0,8%. "Foi o terceiro aumento consecutivo do índice. A massa salarial paga em março de 2018 é 2,7% maior do que a paga em março de 2017", afirma a pesquisa.
O rendimento médio do trabalhador aumentou 2,5% em março frente a fevereiro na série livre de influências sazonais. Também foi o terceiro mês consecutivo de alta do indicador.
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