Dilma se reúne com empresários em Washington e concorda com acordo contra bitributação com EUA

Reunião com 23 presidentes e executivos de empresas brasileiras ocorreu na noite de domingo, 08.04, em Washington, em encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Washington – A presidente Dilma Rousseff reuniu-se na noite de domingo, 08.04, em Washington, com 23 presidentes e executivos (CEOs) de empresas brasileiras, em encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e reconheceu a importância de se firmar acordo com o governo americano para evitar a dupla bitributação, tema em discussão há anos entre os dois países.

O assunto veio à tona a partir de uma intervenção do empresário Marcelo Odebrecht. Segundo ele, as companhias brasileiras chegam a pagar 60% de imposto sobre o lucro nos Estados Unidos. “Por isso, muitas vezes, o dinheiro é reinvestido nos Estados Unidos, em vez de ir ao Brasil”, informou.

Com a falta de acordo evitar a bitributação entre Brasil e EUA, as empresas brasileiras que atuam no mercado norte-americano têm de pagar impostos duas vezes, caso remeta lucros para o Brasil. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, lembrou que, se por um lado o Brasil pode perder um pouco em arrecadação de imposto num primeiro momento, poderá compensar com o aumento dos investimentos de empresas norte-americanas, que também passariam a estar isentas de recolher impostos nos Estados Unidos sobre o lucro remetido a partir do Brasil se um acordo for assinado.

De acordo com a CNI, os EUA têm 65 acordos de eliminação da bitributação, inclusive com os outros três países do Bric (Rússia, Índia e China), enquanto o Brasil assinou somente 28 acordos. As empresas russas, por exemplo, informa a CNI, estão isentas da cobrança de 30% do imposto de renda na fonte sobre dividendos remetidos dos EUA, o que não ocorre com subsidiárias de empresas brasileiras que operam no mercado americano.

Inovação – A presidente da República comunicou aos empresários que dará prioridade à inovação tecnológica e educação na visita oficial que faz aos Estados Unidos. Disse que a inovação dará às empresas nacionais as condições de competir internacionalmente e proporcionar aumento do comércio exterior e dos investimentos brasileiros em outros países, especialmente nos EUA.

Andrade assinalou que o empresariado brasileiro está consciente da necessidade de inovar e pronto para aumentar os investimentos na área. “A cooperação Brasil-Estados Unidos nesse assunto é fundamental, uma vez que eles são o país que mais investe em inovação no mundo”, sintetizou.

Dilma Rousseff informou aos empresários que aproveitará suas visitas à Universidade de Harvard e ao Massachussets Institut of Tecnology (MIT) amanhã, terça-feira, 10.04, para conhecer melhor o modelo de financiamento à pesquisa e ao desenvolvimento operado pelas duas instituições.

O presidente da CNI concordou que um dos caminhos para melhorar a qualidade da inovação feita no Brasil é o intercâmbio entre instituições de ensino e pesquisa e elogiou a visita da delegação brasileira às universidades.

Nesta segunda-feira, 09.04, empresários brasileiros e norte-americanos participam do seminário “Brasil-Estados Unidos: parceria para o século 21”, realizado pela CNI em conjunto com a US Chambers of Commerce e com a Câmara Americana de Comércio (Amcham), na sede da US Chambers of Commerce, em Washington.

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