As relações comerciais entre Israel e o Pará seguem se fortalecendo, marcadas por uma visita do embaixador do país no estado que busca ampliar a internacionalização da economia local. No cenário educacional, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) anuncia um curso inovador para sindicalistas, com o objetivo de enriquecer as relações institucionais e governamentais. Ao mesmo tempo, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) reporta os impactos das calamidades climáticas provindas das grandes chuvas.
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Israel quer ampliar relação comercial com o Pará
A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) recebeu a visita do embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonahine. O objetivo da reunião, solicitada pelo diplomata, foi conhecer as possibilidades de cooperação econômica entre o país e o estado do Pará, além das necessidades e preparações para a COP 30, que ocorrerá em Belém, em 2025. O encontro aconteceu no Observatório da Indústria, na sede da ferderação, em Belém.
Segundo dados apresentados pelo Centro Internacional de Negócios (FIEPA/CIN) durante a reunião, entre os estados brasileiros, o Pará é o quarto que mais exporta para Israel. Em 2023, foram US$ 74 milhões, com destaque para a exportação de produtos como carnes, soja e semente de gergelim. Nos últimos dez anos, essas exportações apresentaram um crescimento de 785%. Em contrapartida, entre cloreto de potássio, superfosfato, aparelhos e máquinas, o estado comprou US$ 102 milhões de Israel, que hoje aparece como o 26º no ranking de países compradores de produtos do estado.
Para o vice-presidente executivo da federação, Clóvis Carneiro, que conduziu a reunião em Belém, o estado do Pará e Israel têm muito a colaborar economicamente, seja por meio das exportações, seja pelo intercâmbio de inovação e tecnologia para a indústria.
“Nós temos interesse em tecnologias para a indústria 4.0, já que Israel é muito adiantado na parte de softwares de gestão e de produtividade industrial, e interesse na indústria de saneamento, pela questão social toda existente na Amazônia e no tratamento de efluentes industriais, que em Israel também é um setor bem avançado. E aqui, nas nossas exportações, podemos ainda ampliar a venda de carnes e cereais porque nós temos uma boa possibilidade de crescimento no comércio internacional nessas áreas”, avaliou Clóvis Carneiro.
IEL vai oferecer curso de relações institucionais e governamentais para sindicalistas
O departamento nacional do IEL vai oferecer um curso gratuito de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) para executivos ligados aos sindicatos patronais. O objetivo é atualizar os participantes sobre os conceitos de Políticas Públicas e Relações Governamentais, assim como apresentar cases de sucesso aplicáveis ao trabalho. Os participantes serão selecionados a partir de sindicatos já veiculados aos departamentos regionais do IEL.
O curso será totalmente online, com carga horária de 16 horas, e terá aulas ministradas pelo professor da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Caldas. “Essa ação está alinhada ao posicionamento da Rede IEL, junto a um público estratégico, para colaborar com o avanço econômico e industrial”, afirma a especialista em Políticas e Indústria do IEL, Sarah Saldanha.
Calamidade climática derruba produção da Indústria no Rio Grande do Sul
A Sondagem Industrial do RS, divulgada pela FIERGS, mostra o impacto das enchentes de maio na produção e na utilização da capacidade instalada das empresas, provocando uma contração de dimensões históricas.
A produção industrial caiu intensamente e o índice de evolução atingiu 33,8 pontos, o menor valor já apurado para o mês, e 13,6 pontos abaixo da média histórica de maio (47,4). O índice varia de zero a cem pontos, e abaixo de 50 indica queda da produção ante o mês anterior.
“Para os próximos seis meses, as expectativas dos empresários apontam estabilidade da demanda, mas, infelizmente, com redução do emprego e das exportações”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, reforçando a necessidade de o Governo Federal adotar medidas que ajudem a preservar o emprego e a renda dos trabalhadores, além de linhas de créditos facilitadas para as empresas, que foram algumas das demandas já encaminhadas pelo setor industrial gaúcho.
Apenas em março (30,5) e abril de 2020 (24,1), quando enfrentava os efeitos iniciais e mais intensos da pandemia de Covid-19, a produção caiu tanto e tão disseminadamente. Em maio de 2024, 55,5% das empresas relataram redução da produção ante abril, sendo que, para 35,5% destas (19,5% do total das empresas), a queda foi acentuada.
Evento inédito de negócios com importadores internacionais de madeira é realizado na Amazônia mato-grossense
Dez compradores internacionais de 7 países e 30 empresas brasileiras participam de rodadas de negócios envolvendo madeira nativa produzida em 5,2 milhões de hectares de manejo florestal sustentável em Mato Grosso. As tratativas comerciais ocorrem na Amazônia mato-grossense, no município de Alta Floresta, a 803 quilômetros ao norte de Cuiabá.
As negociações são com compradores da África do Sul, Alemanha, Bélgica, França, México, Polônia e Uruguai. A rodada de negócios é uma ação promovida pelo “Exporta Mais Brasil: manejo florestal sustentável”, programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (CIPEM), o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) e Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT).
Além dos encontros de negócios, são realizadas visitas técnicas às áreas de manejo florestal e às indústrias da região. “Os dez compradores internacionais conheceram efetivamente como se faz o manejo florestal sustentável. Estiveram em talhões onde foram realizadas colheitas das árvores e em outros onde (a colheita) ainda não ocorreu. Viram como é o processo de rastreabilidade da madeira e industrialização, visitando fábricas modernas de laminados e pisos, com altíssimo valor agregado e que vendem para os Estados Unidos”, explicou André Laudemir Muller, gerente de Agronegócio da Apex Brasil.
“Vimos todo o processo e testemunhamos como tudo é registrado. Estamos impressionados com a meticulosidade e vimos que as práticas corretas estão sendo seguidas. Temos segurança de que é uma operação sustentável”, afirmou o importador sul-africano Brad Anderson.
Sessenta e um países são compradores de produtos florestais de Mato Grosso. Neste ano, o comércio internacional de madeira nativa mato-grossense movimentou US$ 47,3 milhões, acumulados de janeiro a maio, quando foram embarcadas 82,5 mil toneladas de madeira beneficiada, em bruto e serrada.
FIERO teme a seca e possível crise hídrica em Rondônia
A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) tem acompanhado os níveis do rio Madeira, que atingiu a marca de 4,5 metros e entrou em cota de alerta na última semana. A estiagem já dá sinais de seca extrema durante o verão amazônico deste ano.
A FIERO busca mobilizar o setor para enfrentar essa situação, pois teme que a crise hídrica resulte em sérios impactos para as indústrias do estado que dependem do rio Madeira para o transporte de matérias-primas e produtos acabados. Além disso, a redução drástica no nível das águas compromete também a geração de energia, a navegação, e o abastecimento de água, combustível e mantimentos na região.
Segundo Marcelo Thomé, presidente da FIERO e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), diante dos efeitos da seca iminente, é importante investir em infraestrutura e aprimorar as hidrovias, além de expandir alternativas logísticas de maneira consciente e ecologicamente viável, visando mitigar perdas generalizadas.
“É essencial desenvolver estratégias abrangentes de adaptação à seca que englobem toda a sociedade e economia local. Fortalecer empresas para evitar desemprego, apoiar a bioeconomia e promover negócios sustentáveis”, destacou Thomé.
BNDES amplia apoio ao Nordeste para financiamento de projetos de inovação
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reduziu de R$ 20 milhões para R$ 10 milhões o limite mínimo para financiamento de projetos de empresas das regiões Norte e Nordeste, no âmbito do Programa BNDES Mais Inovação. A medida entrou em vigor no final do mês de maio e o objetivo foi ampliar o apoio a projetos de desenvolvimento econômico e social nas duas regiões.
Na oportunidade do anúncio da medida, o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, informou que o objetivo do governo é promover o desenvolvimento econômico e social em todo o país e reduzir as desigualdades regionais. Os recursos do Programa Mais Inovação para empresas das duas regiões visam estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
O Programa BNDES Mais Inovação faz parte do Plano Mais Produção, braço de financiamento da Nova Indústria Brasil e que tem a inovação como pilar fundamental da neoindustrialização brasileira. Lançado em setembro de 2023, o programa visa apoiar a implantação de investimentos e projetos voltados para inovação e digitalização, operando financiamentos com custo financeiro pela Taxa Referencial (TR), conforme aprovada pela lei n 14.592, de 30 de maio de 2023.
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