O associativismo confere peso às reivindicações coletivas da indústria, afirma presidente da FIEA

Segundo José Carlos Lyra de Andrade, da FIEA, o pós-impeachment requer ações nas áreas fiscal e de competitividade

À frente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade defende que o momento atual, pós-impeachment, exige um conjunto de ações nas áreas fiscal e de competitividade.

O presidente adverte que somente unida e alinhada, a indústria pode superar esse quadro adverso, e aposta no diálogo entre empresários e governo como o melhor caminho para a eliminação de obstáculos regulatórios.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista concedida à Agência CNI de Notícias.

Agência CNI de Notícias – O senhor tem ampla experiência à frente do Sistema FIEA. Que balanço faz quanto à promoção do associativismo no estado?

José Carlos Lyra de Andrade – Como já nos manifestamos em outras oportunidades, entendemos o associativismo como a forma mais eficiente de superação das dificuldades econômicas que enfrentamos. Unida e alinhada, a indústria pode superar esse quadro adverso. As dificuldades são impostas a todos nós do setor produtivo, independentemente de porte ou do que produzimos. Por isso, avaliamos que, juntas, as empresas têm maior capacidade de representar seus interesses e de reagir em períodos delicados.
A política associativista confere poder, peso político para as reivindicações coletivas em questão tributária, por exemplo, ou em problemas comuns, sem interferir na individualidade.

A FIEA como defensora intransigente dos interesses das indústrias alagoanas tem reunido lideranças empresariais e políticas, mantendo diálogo constante com o governo seja estadual ou federal, para eliminar obstáculos regulatórios que afetam os investimentos e a operação das empresas, indicando ou desenvolvendo ações que melhorem o ambiente de negócios.

Agência CNI de Notícias – Em 2016 a Unidade Sindical da FIEA está conduzindo o “Plano de Desenvolvimento Sindical Sustentável”. Quais as expectativas do senhor em relação a esse projeto?

José Carlos Lyra de Andrade – Esperamos o fortalecimento e crescimento contínuo dos sindicatos. O plano define metas necessárias para a diretoria e executivos impulsionarem a gestão sindical, reorganizando a sua estrutura. Consequentemente, trará para as classes representadas maior competitividade e relevância. Com o sindicado regularizado, a gestão terá mais chances de agregar valor às empresas associadas e as que virão a se associar.

Agência CNI de Notícias – A FIEA é uma das federações que mais participa de projetos nacionais, como o PDA e o Procompi. Neste ano, também ajudou a começar uma nova rede, dos Núcleos de Acesso ao Crédito. Como esse portfólio de serviços beneficia a relação da federação com os sindicatos e as empresas?

José Carlos Lyra de Andrade – O Programa de Acesso ao Crédito da CNI, é um modelo semelhante ao PDA e tem por objetivo, em todas as Federações que aderirem, através da Unidade Sindical, aproximar as indústrias do crédito de longo e médio prazo para investimentos fixos e capital de giro. Vai servir como canal de acesso para orientação, identificação de linhas de crédito de acordo com a finalidade e tipo de atividade. O empresário interessado vai saber quais os principais elementos para tomada de crédito, como limites, encargos, prazos, índices de garantia. O Programa assessora os empresários no contato com o Agente Financeiro Oficial, além de simular valores em planilhas de amortização e encargos dentre outros. Assim os interessados terão uma consultoria experiente dentro do Sistema FIEA, para facilitar e agilizar suas operações de credito, fazendo com isto que as empresas enxerguem a importância do sindicato.

Agência CNI de Notícias – Nesse momento do país, que mudanças o senhor considera prioritárias para melhorar o ambiente de negócios? Como os sindicatos e a FIEA podem mobilizar as indústrias para defendê-las?

José Carlos Lyra de Andrade – Estamos num novo momento político, após o impeachment, favorável para a economia brasileira. A fase mais crítica dos desajustes econômicos já passou. Cremos que a retomada do nível dos investimentos será lenta, mas as entidades da indústria, lideradas pela CNI, estão abertas ao diálogo, como afirmou recentemente o presidente Robson Andrade. É preciso afastar de vez o pessimismo e fazer o governo retomar a confiança do empresariado e da população. A saída da crise exige um conjunto de ações nas áreas fiscal e de competitividade. Junto com o ajuste fiscal de longo prazo, o centro norteador da revisão de políticas deve ser o aumento da produtividade e competitividade da economia. Entendemos como necessárias e temos nos manifestado junto com as entidades do Comércio, da Agricultura e de Serviços, em defesa das reformas que farão o país voltar a crescer, e que estão na Agenda da CNI. São medidas como a limitação para os gastos públicos, o estabelecimento de política externa favorável aos interesses do país e a participação da iniciativa privada nas obras de infraestrutura. O setor produtivo considera essenciais também as reformas estruturais, como a da previdência e a modernização das leis trabalhistas.

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