
A realização bem-sucedida da 41ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI), reafirma a sólida parceria entre os dois países. O tema deste ano, “Novas Parcerias para Negócios Sustentáveis”, destaca a urgência de soluções para desafios globais, como o crescente protecionismo e as tensões comerciais.
Durante os dois dias de evento, em Salvador (BA), foram discutidos temas como transição energética, inovação na manufatura, economia circular, infraestrutura, mobilidade, segurança, agroindústria e comércio bilateral. Essas áreas refletem as prioridades econômicas de ambas as nações e abrem caminho para parcerias concretas em setores como energia, saúde, insumos farmacêuticos, digitalização, rastreabilidade de cadeias produtivas, agregação de valor aos minerais críticos, biocombustíveis e hidrogênio verde.
A presença de autoridades e líderes empresariais reforçou o peso institucional do encontro. A reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica e as visitas técnicas ao CIMATEC Park e à fábrica da BASF evidenciaram o caráter prático e transformador do evento.
A escolha do SENAI CIMATEC como sede do encontro não foi por acaso. Reconhecido como um dos maiores centros de inovação industrial da América Latina, o CIMATEC representa o Brasil inovador, cooperativo e construtor de pontes.
As relações comerciais entre Brasil e Alemanha são historicamente sólidas e mutuamente benéficas. Em 2024, o comércio bilateral atingiu US$ 19,5 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 5,8 bilhões e importações de US$ 13,7 bilhões, resultando em um déficit comercial de US$ 7,8 bilhões. A Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil e o principal parceiro europeu. A pauta exportadora brasileira concentra-se em minérios, café, farelo de soja, minérios de cobre e motores para veículos automóveis. Por outro lado, as importações brasileiras da Alemanha incluem medicamentos, partes e peças para veículos automóveis, compostos heterocíclicos, automóveis de passageiros, cloreto de potássio, produtos químicos orgânicos e equipamentos elétricos.
Em termos de investimentos, a Alemanha é o oitavo maior investidor estrangeiro no Brasil, com um estoque de US$ 44,1 bilhões em 2024, representando 3,6% do total de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no país. Atualmente, mais de mil empresas alemãs operam no Brasil, contribuindo para a geração de empregos e o estímulo à economia nacional.
Entre 2015 e 2024, foram registrados 219 projetos de investimento greenfield da Alemanha no Brasil, totalizando US$ 13,6 bilhões. Investimentos recentes incluem a expansão de fábricas da Volkswagen em São Paulo e Paraná (US$ 2,9 bilhões), a instalação de fábricas de módulos solares da Siemex Solutions na Bahia (US$ 2,1 bilhões), a abertura de um centro de distribuição da DHL em Minas Gerais (US$ 41,6 milhões) e aportes em 15 projetos de infraestrutura no Brasil, somando mais de US$ 4,5 bilhões. Os dados confirmam que o aprofundamento das relações econômicas e da cooperação técnica com a Alemanha é essencial para a neoindustrialização do Brasil.
Ao final da 41ª edição do EEBA, renovamos nosso compromisso de avançar juntos, investindo em soluções sustentáveis, em cadeias de valor resilientes e em tecnologias que respeitem o planeta e promovam o bem-estar das pessoas. Brasil e Alemanha têm o potencial de liderar a nova era industrial.
A CNI está pronta para seguir ao lado dos nossos parceiros brasileiros e alemães nessa jornada. Encerramos este encontro com a certeza de que o futuro não se espera; ele se constrói. O futuro já começou, com a força da atuação da indústria.
Ricardo Alban é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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