Robótica em ação: 6 projetos de energias sustentáveis desenvolvidos por alunos do SESI

A temporada Energize da FLL desafiou os estudantes a criar soluções inovadoras e sustentáveis para ajudar a comunidade e o planeta

Cinco estudantes posam para a foto exibindo seu projeto
Além das competições com robôs, a categoria FLL da robótica desafia estudantes a propor soluções para problemas da vida real

A temporada 2022-2023 da robótica ainda não acabou, mas aprendemos lições valiosas sobre energia - tema que moveu as disputas e a imaginação dos jovens competidores. De luminária a óleo de cozinha, confira seis soluções inovadoras criadas por estudantes da categoria FIRST LEGO League Challenge (FLL) para reduzir impactos ambientais e contribuir com um planeta mais sustentável. 

Mexa-se e carregue 

O Movie Plus, desenvolvido pela equipe Lego Of Olympus, do Serviço Social da Indústria (SESI) Gama (DF), é uma pulseira que capta a energia do corpo humano e a transforma em energia elétrica. Vou explicar como a mágica acontece... 

Para a fabricação da pulseira, os estudantes usaram uma pastilha termoelétrica chamada Peltier. Assim como uma fonte, o nosso corpo também gera energia, só que cinética. A Peltier tem a função de absorver essa energia, convertê-la em elétron, já que eles são os responsáveis pelos efeitos de condutividade elétrica e térmica dos materiais, e, por fim, transformá-la em energia elétrica. 

A embalagem da pulseira é biodegradável e foi fabricada com papéis descartados. Pelo QRCode, você pode acessar o site da equipe, encontrar um ponto de coleta mais próximo e descartar a pulseira

A pulseira é capaz de carregar um celular por indução, dispensando cabos. A estudante Amanda Oliveira, 15 anos, explica a vantagem disso: “O nosso projeto tem essa pegada de baixo carbono, que as empresas estão começando a se preocupar agora, por isso que muitas não estão vendendo mais os celulares com os carregadores.” 

A embalagem da pulseira é biodegradável e foi fabricada com papéis descartados. Pelo QRCode, você pode acessar o site da equipe, encontrar um ponto de coleta mais próximo e descartar a pulseira. As peças serão reutilizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em cursos. 

Sóleo: energia do óleo 

A equipe Alpha Byte, do SESI Jacarepaguá (RJ), foi um pouco mais ousada no projeto de inovação. O objetivo do grupo é baratear em 40% a produção de biodiesel no país, substituindo o óleo vegetal pelo óleo de cozinha, que muitas vezes é descartado de maneira incorreta. 

Para isso, Daniele Freitas, 16 anos, explica que seria necessário mudar o catalisador do óleo de cozinha, porque quando o processo é feito de forma usual, o óleo pode virar sabão. “Nós trocamos o catalisador hidróxido de sódio por lipases, que são enzimas que vão catalisar a reação química.” 

O objetivo do grupo é baratear em 40% a produção de biodiesel no país, substituindo o óleo vegetal pelo óleo de cozinha, que muitas vezes é descartado de maneira incorreta

Em resumo, é o mesmo processo que ocorre no nosso estômago, porque ele também produz enzimas (lipases) para poder quebrar as moléculas de gordura que consumimos e, por meio desse processo, produz energia para que possamos realizar atividades. 

“Diminuindo o preço da matéria-prima, nós pretendemos diminuir a dependência de combustíveis fósseis no Brasil. Além de conscientizar a população que não sabe os malefícios do descarte incorreto do óleo de cozinha”, complementa a jovem. 

Girassol que dá pólen e luz 

A equipe Excelsus, do SESI SENAI Parangaba (CE), iniciou o projeto Girassol em setembro de 2022. Para aperfeiçoar a geração de energia por meio de placas solares, eles criaram um modelo com algoritmos que movimentam a estrutura para que ela receba maior incidência solar, como fazem os girassóis. 

Diferentemente dos rastreadores solares que já existem, o Girassol funciona com programação e não com sensores, o que reduz o custo de produção e venda do painel. “Nós deixamos o sistema programado e o algoritmo faz o sistema seguir o sol”, pontua Adelson Figueiredo, 15 anos. 

A equipe Excelsus criou um modelo com algoritmos que movimentam a estrutura para que ela receba maior incidência solar, como fazem os girassóis

Outro diferencial é que o sistema criado pelos alunos precisa de menos placas solares, já que as placas aproveitam mais luz. O objetivo da equipe é aplicar o projeto tanto em residências quanto em fábricas em larga escala. 

Recarregue a sua carroça elétrica aqui! 

O projeto da equipe Ampharos, do SESI Celso Charuri (PR), facilita o funcionamento de um produto que já existe: a carroça elétrica. Você já deve ter ouvido falar nesses veículos. A Pimp My Carroça constrói carroças motorizadas para ajudar os catadores a ter melhores condições de trabalho. Os carrinhos atingem uma velocidade máxima de 6 km/h, tem motor elétrico com a função ré e itens de segurança, como freio, buzina, setas, rastreadores via GPS e uma bateria que dura em média 12 horas, recarregável em tomada comum. 

A Pimp My Carroça constrói carroças motorizadas para ajudar os catadores a ter melhores condições de trabalho

É aí que entra o projeto de inovação da Ampharos: eles criaram um painel com placas fotovoltaicas para captar energia solar e convertê-la em eletricidade para carregar as carroças. “Nós queremos colocar painéis nas cooperativas para que eles recarreguem as carroças de graça”, explica Isabel. 

Luís Eduardo, 15 anos, detalha que, para tirar o projeto do papel, seriam necessárias 29 placas solares para dois carrinhos, o que daria uma média de R$ 48 mil. Além da instalação das placas fotovoltaicas, a equipe quer fornecer aulas de robótica aos filhos dos catadores em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Catamare. 

Energia pelos canos 

A equipe Airumãbots, do SESI Imperatriz, desenvolveu um mini-motor hídrico que fica dentro de tubulações. Ao passar água pelos canos, o movimento gera energia, que é armazenada em baterias para fornecer eletricidade às casas de pessoas com enfermidades.

A equipe Airumãbots, do SESI Imperatriz, desenvolveu um mini-motor hídrico que fica dentro de tubulações

“O nosso público-alvo é o de pessoas enfermas, porque elas dependem de dispositivos e aparelhos que precisam estar conectados à energia o tempo todo. Dessa forma, em caso de falta de luz, os pacientes não ficam desassistidos”, explica Emanuela Abreu, 13 anos.    

Luz e esperança para os ribeirinhos 

A eletricidade se tornou um bem comum para a maioria da população brasileira, no entanto, cerca de 425 mil famílias que vivem na Amazônia não têm acesso ao recurso, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Por vivenciarem esse problema, os estudantes da equipe Os Curupiras do SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, em Manaus (AM), criaram uma luminária que funciona à base de energia solar. 

Bárbara Fernandes, 17 anos, explica que, além de usar uma fonte renovável, a luminária é capaz de armazenar e poupar o máximo de energia possível, durando em média 15 horas acesa. O objeto tem um sistema de sensor de movimento que faz com que ele se apague automaticamente quando não há pessoas no local. 

Os estudantes da equipe Os Curupiras do SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, em Manaus (AM), criaram uma luminária que funciona à base de energia solar

Segundo a professora Helen da Silva, o projeto é uma iniciativa para melhorar a qualidade de vida não só da comunidade ribeirinha, mas do mundo todo. “A Amazônia é o pulmão do mundo, então, se resolvermos os problemas daqui, já estaremos resolvendo uma parte dos problemas do mundo. Além disso, nós estamos levando a ciência para essas comunidades, compartilhando o conhecimento científico com eles. Essa problemática também é nossa, porque somos essa comunidade ribeirinha, também somos Amazônia”, diz. 

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