Álvaro Dias defende refundação da República no Fórum FIERN Caminhos do Brasil

Senador é pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Podemos

O próximo presidente da República terá pela frente, na avaliação de Álvaro Dias, o enfrentamento de três grandes desafios: o ajuste fiscal, de investimentos e de produtividade, que exigirá que as reformas políticas sejam feitas.

A refundação da República, ou seja, uma profunda reforma política para substituir o atual sistema e promover o crescimento econômico do país, é o que propõe o pré-candidato à Presidência da República, o senador Álvaro Dias, do Podemos (PR). Ele defendeu a necessidade de promover reformas estruturantes a partir do convencimento e debate junto à sociedade de que essas reformas são imprescindíveis.

Dias é o segundo pré-candidato à Presidência da República a participar do “Fórum FIERN Caminhos do Brasil”, promovido pelo Sistema FIERN - Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, na última quinta-feira (3), na Casa da Indústria, em Natal. Antes do evento, o presidenciável concedeu entrevista coletiva acompanhado da deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos (antigo PTN) e do vice-presidente nacional e presidente estadual do partido, Antônio Jácome, e o deputado estadual Jacó Jácome.

“Nenhum projeto governamental terá sucesso sem o apoio da população. A preservação do atual sistema não alcança índice de crescimento econômico, a substituição desse sistema, que eu chamo de “Refundação da República”, é a premissa básica para a recuperação econômica do país”, frisa ele.

Segundo ele, o atual modelo de reformas propostos é o modelo do “fracasso, do insucesso”. Tanto é que as reformas estruturantes que deveriam estar sendo executadas agora diante da crise que se aprofundou, não foram realizadas.

“A reforma política que pretendo é a elaborada fora do Congresso, inicialmente, fugindo da influência do corporativismo. Eu elegeria uma comissão para elaboração de um pré-projeto, o presidente sub-escreveria, comunicaria a sociedade e iria discutir com o Congresso, para aprimorar a proposta. Sem a chancela do presidente nenhuma reforma profunda ocorre, por essa razão não tivemos a reforma política em décadas”.

Além disso, ele defende a reforma do Estado, que passa também pelo Poder Legislativo e envolve os três Poderes. “Paralelamente à Reforma do Estado, a Reforma Política é essencial, para enxugar esse modelo político que nós temos que se alargou e abriu espaço para a corrupção”, afirma.

O senador criticou a quantidade de partidos existentes e que acabam prejudicando o processo eleitoral. “Nós temos uma fábrica de siglas no país, são 35 registradas e mais de 60 na fila de espera. Uma fábrica de siglas alimentada pelo Fundo Partidário, que é dinheiro público”, disse. Para ele, a limitação da presença de partidos representados no Congresso é fundamental numa reforma política. E deve ser trabalhada através da Cláusula de Desempenho.

TRÊS GRANDES DESAFIOS - O próximo presidente da República eleito terá pela frente, na avaliação de Álvaro Dias, o enfrentamento de três grandes desafios: o ajuste fiscal, de investimentos e de produtividade, que exigirá que as reformas políticas sejam feitas. O senador pontua que o ajuste fiscal será o maior desafio de quem for eleito, no pleito de outubro de 2018. “O reequilíbrio das finanças públicas é o primeiro e maior desafio. Hoje temos a deterioração completa das finanças públicas do país, de 2014 até 2020 acumularemos um déficit, sem correção, de mais de R$ 800 bilhões. É trágico”, afirmou.

A dívida pública, segundo dados apresentados pelo parlamentar, cresceu de R$ 1,5 trilhão, em 2008, para R$ 4,9 trilhões, em janeiro de 2018. A rolagem da dívida este ano importa em R$ 1,8 trilhões, valor superior ao total da dívida de 2008. Chegamos a 75% do PIB de dívida pública bruta e vamos até o final deste ano a 80% do PIB, até 2020 devemos superar 100% do PIB.

“Vai exigir reformas importantes e coragem para que elas ocorram, além de capacidade de comunicação do Governo para convencer o país que estas reformas são imprescindíveis ao nosso futuro”. Os outros dois desafios são o de investimentos e de produtividade, a médio e a longo prazos.

Será uma tarefa para o presidente eleito, acrescenta o senador, “descolar o setor privado do setor público”, criando um novo ambiente de negócios para que possa atrair investimentos e acelerar o crescimento econômico, enquanto “se arruma o setor público”, reequilibrando as finanças públicas. “Uma reestruturação competente da economia nacional”, frisa.

ELEIÇÕES E LAVA JATO - Às vésperas de eleições, as ações da Operação Lava Jato, na avaliação do senador, devem influenciar o cenário eleitoral e político nacional. Embora com grande peso na pauta, entretanto, a corrupção não deve sobrepor temas mais prioritários como a economia, no debate político. “De acordo com nossas pesquisas, a prioridade número 1 é o emprego. Em seguida, o combate a corrupção e em terceiro, a segurança pública”, afirma o presidenciável. “A corrupção levou à banalização da política, o maior desserviço que a corrupção poderia causar ao Brasil”, afirma.

O senador acredita que há possibilidades de se fazer as reformas sem o chamado “toma lá dá cá”. “Precisamos inverter o processo que até agora existe nos últimos mandatos, o presidente apresentar as propostas no Congresso e instala o balcão de negócios e estabelece o ‘toma lá dá cá’ e compra o voto. Agora precisa ser o inverso, precisamos primeiro discutir e convencer a sociedade sobre a importância dessas propostas de reforma”, afirma.

OS PRÉ-CANDIDATOS NA FIERN:
26/03/2018 - João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República, quer reduzir intervenção do Estado na economia

07/05/2018 - Álvaro Dias defende refundação da República no Fórum FIERN Caminhos do Brasil

18/05/2018 - Bolsonaro defende reforma da Previdência, redução de impostos e privatizações

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