Fórum debate estímulo à qualificação profissional

Sobram vagas de emprego, mas falta pessoal que se encaixe nos requisitos principalmente pela baixa qualificação

Segundo dados da Secretaria do Trabalho e Emprego de Porto Alegre, sobram vagas de emprego, mas falta pessoal que se encaixe nos requisitos principalmente pela baixa qualificação. Apontar soluções para essa contradição é o que a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) planeja ao realizar o fórum Educação para o Mundo do Trabalho.

Conforme DaMatta, as empresas precisam ser mais autônomas e ter mais iniciativa no desenvolvimento de políticas educacionais.  Por que, em uma cidade como Caxias do Sul, por exemplo, com uma indústria forte de metalurgia e mecânica, não são criadas instituições de qualificação dos trabalhadores do setor?, questionou.

O especialista destacou que o Rio Grande do Sul tem uma relação com o trabalho melhor do que outros estados do País.  Aqui é o único lugar onde existe uma celebração como a Festa da Uva, que eu chamo de Carnaval do Trabalho , brincou. No entanto, afirmou que o Estado ainda tem muito a evoluir.

As principais maneiras apontadas pelo professor para estimular os profissionais a investirem na sua qualificação são a boa remuneração, a oferta de planos de carreira dentro das empresas e a premiação daqueles que se destacam em suas áreas. O vice-presidente da Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs), Ricardo Felizzola, lembrou ainda da necessidade de trabalhar junto às famílias.  Muitas vezes a evasão escolar é patrocinada pelos pais, que não veem no estudo uma possibilidade de melhoria de vida, pontuou.

O fórum também reuniu jovens, parcela mais atingida pela pressão do mercado. Divididos em mesas de trabalho compostas por atores de diferentes frentes de trabalho, os estudantes puderam dar sugestões e dividir um pouco das suas angústias. Um dos presentes era Ricardo Vivian, recém-formado no curso de Pré-Impressão do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e medalhista de ouro no maior torneio de educação profissional do mundo, o Worldskills International, realizado na Alemanha em julho deste ano.

Mesmo com algumas dúvidas quanto ao futuro profissional, o técnico conta que mais do que proporcionar reconhecimento e uma bolsa de graduação, o ensino técnico lhe garantiu a certeza de que através da qualificação seria possível evoluir. Conforme pesquisa do SENAI, 89,2% dos estudantes que obtiveram qualificação técnica de nível médio e habilitação técnica em 2012 ingressaram no mercado de trabalho - número que deve ser ainda maior este ano devido ao aumento de estudantes de cursos técnicos só no primeiro semestre.

 As propostas levantadas durante o fórum servirão para a elaboração de um documento federal com sugestões de políticas governamentais e privadas.  Vamos levar estas sugestões de mudanças de curto e médio prazo para o âmbito nacional e esperamos que isso contribua para equiparar as transformações no mundo do trabalho com as da educação , concluiu o gerente executivo de Tendência e Prospecção da CNI, Luiz Caruso.

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