A parceria entre governos e empresas é fundamental para a construção de um sistema eficaz de precificação de carbono. A afirmação é do diretor-executivo de Políticas Climáticas da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), Thomas Kerr, que esteve em encontro empresarial promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) , nesta quinta-feira (11), em Lima, no Peru. Ao todo, 30 representantes do setor privado estiveram no evento, que ocorreu durante à 20ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas ( COP-20 ).
De acordo com Kerr, o desafio de implantação da precificação de carbono requer ainda a construção de políticas e a integração dos diversos sistemas criados nos países para que haja um mercado global de comércio de emissões. “Tudo isso serve para dar segurança aos investidores”, destacou. Para Kerr, é fundamental que seja desenhado um cenário para os próximos 10 a 20 anos desse mercado. “A previsibilidade também é muito importante para atração de investimentos. A política e um bom planejamento são um suporte para se fazer a precificação do carbono", disse.
O representante do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Emílio de La Rovere, afirmou que há várias boas iniciativas no mundo de precificação do carbono, como na China e Califórnia, nos Estados Unidos. E ele está otimista com o aumento desse mercado no futuro. “Essa transformação é positiva e conta com o apoio do setor finaceiro”, argumentou.
Dados do Banco Mundial mostram que 40 países, que cobrem 12% das emissões mundiais de CO2, adotam sistemas de precificação de carbono. Há, atualmente, 39 mecanismos nacionais e 23 subnacionais de precificação, avaliados em US$ 30 bilhões. O evento foi realizado também pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável ( Cebeds ), Instituto Ethos e o Carbon Disclosure Programa (CDP).
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - Na ocasião, o Cebeds apresentou a publicação Destravando o financiamento à eficiência energética no Brasil: soluções financeira e não-financeiras para os agentes de mercado, lançada durante a COP-20. Faça o download da publicação . Entre as soluções financeiras trazidas no documento, está a Sociedade em Eficiência Energética, criada pela CNI e a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres ( Abrace ). Esse modelo de negócio está baseado no aluguel de equipamentos a empresas selecionadas, que reduzirá a burocracia para aprovação de projetos e evitará o aumento de endividamento das empresas.