Economia biossustentável é condição de sobrevivência para a humanidade, defende especialista do MIT

Professor Gregory Stephanopoulos foi categórico: a biotecnologia e engenharia metabólica são as tecnologias do século XXI

Durante o primeiro keynote do 3º Fórum de Bioeconomia, que acontece hoje (23) em São Paulo, o professor Gregory Stephanopoulos foi categórico: a biotecnologia e engenharia metabólica são as tecnologias do século XXI. O engenheiro químico do Massachusetts Institute of Technology (MIT) defende que a engenharia dos processos metabólicos é a chave para a construção de uma economia sustentável no futuro. “Fazer a transição para uma economia biossustentável não é cada vez menos uma escolha e cada vez mais uma condição de sobrevivência para a humanidade”, disse o especialista.

Durante o encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gregory Stephanopoulos explicou como o desenvolvimento de biocatalisadores pode revolucionar a indústria. “No processo metabólico, criamos um catalisador que converte cada célula numa pequena fábrica que pode produzir açúcares e outros substratos desejáveis para o desenvolvimento de alimentos e produtos sustentáveis por custos menores”, afirmou o engenheiro químico.

Dentro dessa perspectiva, moléculas de isopropanos podem ser a matéria-prima de pneus biodegradáveis, biopolímeros podem gerar plásticos mais resistentes e não agressivos ao meio ambiente e a indústria alimentícia pode se beneficiar da geração de novos ácidos láticos e gorduras. “ A seletividade dos bioprocessos permite a criação de componentes simples e super úteis à sociedade”, disse o representante do MIT.

Sobre propriedade intelectual e MIT
Como criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de um ecossistema para a bioeconomia? “Ninguém tem essa resposta, mas sem dúvida a experiência do MIT é uma boa referência do que deve ser feito”, afirmou Gregory Stephanopoulos. O engenheiro apresentou dados sobre a consolidação do Instituto: nos últimos 25 anos, 25 mil companhias foram fundadas no âmbito do MIT, que já gerou 1,6 milhão de empregos, investe anualmente US$750 milhões em pesquisas e tem uma taxa média de retorno desses investimentos de 10,7%.

“Um dos diferenciais do MIT é a forte proteção à propriedade intelectual, que garante direitos fundamentais e viabiliza a realização de negócios”, explicou Gregory. O especialista também destacou a importância do apoio governamental ao desenvolvimento de pesquisas nos Estados Unidos: “Basicamente, o governo remove obstáculos relacionados a leis e políticas em favor da inovação”.

Outros temas e discussões fazem parte do 3º Fórum de Bioeconomia, que tem como foco as políticas públicas e o ambiente para inovação e negócios no Brasil. Confira a programação completa aqui e acompanhe a cobertura do evento no blog de propriedade intelectual da CNI: www.propintelectual.com.br.

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