SENAI e grandes indústrias se unem para fazer manutenção de respiradores mecânicos

Rede voluntária conta com ArcelorMittal, Fiat Chrysler Automóveis, Ford, General Motors, Honda, Estúdios Globo, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Poli-USP, Jaguar Land Rover, Renault, Scania, Toyota, Vale e Volkswagen do Brasil. Existem 40 pontos para receber equipamentos em todos os estados

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e dez grandes indústrias se uniram para realizar a manutenção de respiradores mecânicos que estão sem uso, a fim de ajudar no tratamento de pacientes com covid-19.  A rede voluntária conta com 40 pontos para receber os equipamentos, a partir desta segunda (30), entre unidades do SENAI e plantas das seguintes empresas: ArcelorMittal, Estúdios GloboFiat Chrysler Automóveis (FCA), FordGeneral Motors, Honda, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Poli-USPJaguar Land Rover, Renault, Scania, ToyotaVale e Volkswagen do Brasil

Os pontos da Iniciativa + Manutenção de Respiradores estão em todos os estado do país. Confira a lista de endereços e contatos dos pontos de manutenção. 

“O SENAI tem enorme satisfação de coordenar esse grupo de empresas, estruturando toda uma rede de serviços para ampliar a capacidade de manutenção dos ventiladores pulmonares”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “Esta é uma agenda extremamente importante dado o cronograma crítico da covid-19 e a necessidade determinante de ter o maior número de equipamentos com prontidão, em funcionamento”, completa.

No momento, mais de 3.6 mil ventiladores pulmonares estão fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção, de acordo com a LifesHub Analytics e a Associação Catarinense de Medicina (ACM). Segundo os dados, existem 65.235 desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os respiradores mecânicos são essenciais no tratamento de doentes que apresentam sintomas graves da covid-19, pois a Síndrome Respiratória Aguda Grave é um dos efeitos mais sérios da doença. A estimativa é que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas.

SENAI também busca aumentar oferta de equipamentos no país 

Além da manutenção, o SENAI tem iniciativa para ampliar a oferta do número de ventiladores pulmonares. Um dos caminhos é aumentar a produção nacional. Foram identificados dois fabricantes, que manifestaram interesse em ampliar a produção, mas relatam obstáculos como a dificuldade na aquisição de componentes. Há uma iniciativa para fortalecer a cadeia de fornecedores e oferecer os componentes necessários. Outros fabricantes estão sendo identificados e contactados para que o SENAI possa ajudá-los a superar as barreiras existentes e elevar a produção no Brasil.

Outra linha de ação é a importação de equipamentos. Na semana passada, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em parceria com o governo do estado, indústrias e instituições catarinenses, fechou contrato para a importação de 200 respiradores destinados ao sistema nacional de saúde. 

A rede do SENAI de Inovação e de Tecnologia trabalha ainda para desenvolver produtos inovadores que ajudem a suprir a carência de equipamentos. Por meio do Edital de Inovação para a Indústria, foi selecionado projeto da empresa Aredes Equipamentos Hospitalares, com apoio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura (SC), que vai adaptar ventiladores pulmonares da área veterinária para uso humano. O equipamento em versão simplificada poderia ser utilizado por pacientes na fase inicial, evitando o agravamento da doença. O ventilador será projetado, fabricado e testado na rede do SENAI. Após a homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é de produção de mil unidades por mês.

Infraestrutura do SENAI dedicada ao combate à pandemia

O SENAI pôs sua infraestrutura a serviço do combate à pandemia de coronavírus em quatro frentes:

1. detecção e diagnóstico, por meio do apoio à maior produção de testes para detecção do vírus;

2. prevenção, com ajuda à fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI);

3. tratamento de doentes, ao trabalhar na manutenção de respiradores mecânicos parados e apoiar a fabricação e desenvolvimento de novos equipamentos, e

4. gestão hospitalar, ao prestar consultoria para organização do fluxo, buscando otimizar o atendimento em hospitais e proteger os profissionais de saúde.

Rede de Inovação e de Tecnologia do SENAI é referência no país

Os Institutos do SENAI contam com pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia. Desde que a rede de 27 Institutos SENAI de Inovação foi criada, em 2013, mais de R$ 1 bilhão foram aplicados em 1.086 projetos concluídos ou em execução.

A estrutura conta com mais de 700 pesquisadores, sendo que cerca de 44% possuem mestrado ou doutorado. Atualmente, 12 centros são unidades Embrapii, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação. A rede de 60 Institutos SENAI de  Tecnologia, que começou a ser implantada nos anos 1990, possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

Acompanhe todas as notícias sobre as ações da indústria no combate ao coronavírus na página especial da Agência CNI de Notícias.

Conteúdo atualizado em 9 de abril, às 12:00

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