Para Márcio Atalla, problema não é estar acima do peso, mas ser sedentário

Desafio é transformar oito mil habitantes de Jaguarina em pessoas saudáveis, mais ativas e com melhores hábitos alimentares

O novo desafio do professor de educação física Márcio Atalla é transformar oito mil habitantes de Jaguarina, cidade distante 100 quilômetros de São Paulo, em pessoas saudáveis, mais ativas e com melhores hábitos alimentares. Em palestra sobre saúde e bem estar proferida durante a Olimpíada do Conhecimento, em Brasília, Atalla explicou que o projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo e, no início de 2017, ele conseguirá provar que o sedentarismo é um problema de saúde pública.

“Os hábitos saudáveis vão reduzir o gasto com saúde. Vão reduzir o número de pessoas com a diabetes, problemas cardiovasculares e osteoporose. Quanto mais se investe em saúde, menos de gasta tratando doenças”, afirma.

“Os hábitos saudáveis vão reduzir o gasto com saúde. Vão reduzir o número de pessoas com a diabetes, problemas cardiovasculares e osteoporose. Quanto mais se investe em saúde, menos de gasta tratando doenças” - Márcio Atalla

Atalla explica que o sedentarismo deixou de ser um problema individual e passou a ser um problema econômico. “Todos aqui devem conhecer pelo menos uma pessoa que tem diabetes ou pressão alta. No mundo, o sedentarismo custa US$ 68 bilhões. Quando não nos cuidamos, a nossa falta de saúde impacta toda a sociedade”, adverte.

Nos últimos 16 anos, Atalla tem se dedicado a mostrar que a principal forma de conquistar saúde é se movimentando. Segundo ele, não é necessário ficar horas na academia nem fazer exercícios intensos, pois o ideal são atividades regulares. Para quem não tem tempo, substituir a escada rolante ou o elevador por escadas, estacionar um pouco mais distante do trabalho ou mesmo substituir 10 minutos sentados por 10 minutos em pé umas três vezes por dia são pequenas mudanças de hábitos que podem melhorar a saúde.

O professor conta que em 1989, quando entrou na faculdade, 13,9% da população estava acima do peso. Atualmente, 57% dos brasileiros são obesos. Há 30 anos, uma pessoa era obrigada a dar 10 mil passos para sobreviver, pois rotina envolvia menos tecnologia e menos automação. Atualmente, a média de passos por pessoa é de 2.200.

MUDANÇA DE HÁBITO - “Você precisa se planejar para fazer uma atividade. Se eu não contar os 30 minutos que corri hoje de manhã, posso dizer que praticamente não me mexi. Sai de casa, peguei o carro que me deixou no aeroporto, subi no avião, desci, peguei o carro, cheguei aqui, sentei, estou falando no palco, vou pegar um carro, ir para o aeroporto, pegar outro carro e ir para casa. Temos poucas oportunidades de nos movimentarmos. Nosso meio ambiente contribui para o sedentarismo”, adverte.

O movimento, explica Atalla, é fundamental para manter o corpo saudável, principalmente diante do aumento na expectativa de vida da população e no avanço da medicina, que tem permitido o homem viver mais. A questão é se o ser humano vai chegar próximo aos 100 anos com mais autonomia ou menos autonomia. E a saúde está diretamente relacionada com o movimento. “Todo mundo que pensa em saúde, pensa que o caminho é a alimentação. Não é exatamente isso. É importante equilibrar gasto e consumo. E se o movimentar regularmente”.

COMPETIÇÃO – A Olimpíada do Conhecimento 2016 reúne 1.200 estudantes em uma estrutura montada ao lado do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Além da competição principal, que contempla sete desafios multidisciplinares, haverá outras provas: desafios individuais, Avaliação Prática do Estudante, Inova SENAI e o Festival SESI de Robótica FLL.

Com provas que exigem habilidade técnica e conhecimento sobre o mercado de trabalho, a competição tem novos desafios que envolvem muita criatividade. Durante os quatro dias de torneio, os estudantes serão provocados a apresentar soluções e produtos para empresas e para a comunidade, além de participar de provas individuais que exigem precisão e raciocínio rápido.

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