Investimento em qualidade de vida reduz custos médicos e faltas ao trabalho

Professor Ron Goetzel, diretor do Instituto para Estudos em Saúde e Produtividade da Emory University, apresentou uma série de pesquisas e estudos que comprovam essa realidade a superintendentes do Serviço Social da Indústria (SESI)

"Quando pretendemos implementar qualquer programa na empresa, os números dão credibilidade" - Ron Goetzel

Ações de promoção de qualidade de vida são boas para a saúde do trabalhador e vão além: o impacto pode ser positivo nas finanças das empresas. Em sua primeira passagem pelo Brasil, o professor Ron Goetzel, diretor do Instituto para Estudos em Saúde e Produtividade da Emory University, apresentou, nessa quinta-feira (11), uma série de pesquisas e estudos que comprovam essa realidade a superintendentes do Serviço Social da Indústria (SESI).

Os estudos de Goetzel – que abrangem dados de empresas norte-americanas como Citybank e Pepsico – são inspiração ao modelo de cálculo do retorno sobre investimentos a ser implantado pelo SESI em empresas que contratam programas de qualidade de vida da instituição.

"Quando pretendemos implementar qualquer programa na empresa, nos deparamos com o diretor financeiro, que geralmente é cético e só nos dá credibilidade quando mostramos os números, os retornos sobre o investimento", destacou Goetzel. "Essa é a linguagem dos empresários."

Segundo Goetzel, no caso do Citybank, cada dólar investido em programas de qualidade de vida tem um retorno médio de US$ 4,70 com redução de custos médicos, faltas ao trabalho, entre outros gastos. Na Pepsico, estudos concluíram que pessoas obesas são até 20 vezes mais caras para a empresa que as magras devido a afastamentos do trabalho por doenças mais diretamente relacionadas à obesidade, como diabetes. "Nos Estados Unidos, apenas 3% da população não tem fatores de risco, como a obesidade", informou o professor.

RETORNO GARANTIDO – De acordo com o gerente de Planejamento e Qualidade de Vida do SESI, Eduardo Arantes, algumas iniciativas pioneiras do SESI no Brasil mostraram que os retornos sobre investimentos em programas de qualidade de vida chegaram a superar os 60%. "Conte-me que tipo de investimento dá esse retorno que vou correndo fazer", brincou.

Arantes ressaltou que, para o sucesso da implantação de programas de qualidade de vida, é fundamental que os dirigentes das empresas comprem a ideia. Segundo ele, os profissionais precisam apresentar retornos financeiros para que executivos coloquem a qualidade de vida dos trabalhadores na estratégia dos negócios e a vejam como fator importante para aumento da produtividade e para a saúde financeira da empresa. "Todos os adoecimentos impactam fortemente no trabalho e precisam ser mensurados", afirmou Arantes.

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