Brasil terá primeira norma técnica para Indicações Geográficas

Para os consumidores, saber a origem e como é fabricado um determinado produto pode fazer toda a diferença na hora da compra

Como diferenciar um produto de seus similares no mercado? Como elevar o valor agregado e elevar o nível de competitividade da empresa no Brasil e no exterior? Empresas de todo o país e de diferentes cadeias produtivas encontraram na Indicação Geográfica uma resposta para esse desafio. Para os consumidores, saber a origem e como é fabricado um determinado produto pode fazer toda a diferença na hora da compra. Para isso, o Sebrae tem oferecido todo o apoio para que micro e pequenas empresas possam se inserir nesse processo de certificação.

No próximo dia 22, o Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), realiza a reunião de instalação da Comissão de Estudos Especial cujo objetivo é elaborar a primeira Norma Técnica em Indicação Geográfica do mundo. A iniciativa inédita vai ocorrer no Rio de Janeiro e representa um avanço para orientação dos produtores e empresários sobre como gerir a sua Indicação Geográfica. O encontro vai contar com a participação dos gestores de IGs e de representantes de diferentes segmentos. A norma contemplará três temas: terminologia – glossário para padronizar os termos usados pelos gestores -, rastreabilidade – facilitar a identificação da origem e da fabricação dos produtos – e práticas de gestão – orientação de como gerir a IG.

Em 2013 o Sebrae realizou 229 atendimentos para empresas que estavam em busca desse registro em vários setores. Alguns produtos, como café do Cerrado Mineiro, vinho do Vale dos Vinhedos, cachaça de Paraty e queijo da Serra da Canastra já estão no mercado com o selo da indicação geográfica.

O Brasil possui 38 indicações geográficas registradas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Todas são entidades coletivas (associações ou cooperativas) que representam pequenos negócios. É o caso do empresário Lúcio Gama Freire, um dos beneficiados com a Indicação Geográfica, (IG) de Paraty. Ele é proprietário da Cachaça Pedra Branca que vem conquistando o paladar de fluminenses, cariocas e paulistas. A empresa conta com seis funcionários fixos, outros seis colaboradores temporários e faturamento mensal de R$ 30 mil. “O Sebrae tem um trabalho voltado para o mercado da cachaça desde 1997. Procurar a instituição foi um caminho natural para mim”, diz. Lúcio passou por várias capacitações da instituição, como o Empretec, formação de preços de vendas, gestão financeira, técnicas e atendimento de vendas, entre outros.

Para o também produtor de Paraty, Eduardo Mello, o registro abre portas para novos mercados. “Depois que obtivemos o registro de IG, tivemos uma maior visibilidade e vários convites para dar palestras a outros produtores. A cada ano, o selo agrega mais valor ao produto”, afirma o empresário Eduardo Mello, que também é presidente da Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty (Apacap). Ele próprio já prospecta clientes nos Estados Unidos, na União Europeia e na China, para comprarem parte de sua produção de 50 mil litros ao ano.

Serviço:

Instalação da Comissão de Estudos Especial de Indicações Geográficas
Data: 22 de Julho de 2014
Horário: 10:00 às 17:00
Local: ABNT: Avenida 13 de Maio/13, 28º andar, Centro, Rio de Janeiro

* Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/brasil-tera-primeira-norma-tecnica-para-indicacoes-geograficas/90270/

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