Sete empresários recebem a Medalha do Mérito Industrial

Os empresários Félix Fernando Raposo, Flávio Gurgel Rocha, Francisco Carlos de Oliveira, Ignácio Carrau Supparo e Tadeu Carneiro, receberam a Ordem do Mérito Industrial

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e os homenageados de 2015

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, entregou, nesta terça-feira (15), em Brasília, a Ordem do Mérito Industrial, a mais importante condecoração da instituição. Sete empresários foram agraciados, dois deles post mortem. Receberam a comenda os empresários Félix Fernando Raposo, Flávio Gurgel Rocha, Francisco Carlos de Oliveira, Ignácio Carrau Supparo e Tadeu Carneiro. In memoriam, foram homenageados Antônio Fábio Ribeiro e Olacyr Francisco de Moraes.

"A indústria brasileira outorga a sua comenda maior a sete reconhecidos empresários que, ao longo de suas vidas, se destacaram com relevantes contribuições à modernização, inovação e expansão de seus setores”, disse Robson Braga de Andrade na cerimônia. “Todos foram indicados pelas federações das indústrias de seus estados em reconhecimento ao trabalho que realizaram em suas cidades, em seus estados e em suas regiões”, completou. 

Em seu discurso aos homenageados, o presidente da CNI lembrou que a instituição tem trabalhado com “a clara consciência” de que o setor industrial tem grande responsabilidade na busca de soluções capazes de recolocar o Brasil na rota do crescimento duradouro e sustentado. Segundo Robson Braga de Andrade, o setor privado entende a necessidade do ajuste fiscal proposto pelas autoridades da área econômica, mas, disse, não ser possível aceitar que o ajuste seja transformado em ostensivo mecanismo de aumento dos impostos e da criação de novos tributos, como se pretende com a CPMF. 

MEDALHA – Em 57 anos, apenas um seleto grupo de personalidades e empresários recebeu a comenda, entre os quais se destacam os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula Da Silva; além do ex-vice-presidente José de Alencar e dos industriais Jorge Gerdau, Antônio Ermírio de Moraes e Ivo Hering.

CONHEÇA OS AGRACIADOS

Antônio Fábio Ribeiro (in memoriam)

Indicado pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (FIBRA), Antônio Fábio Ribeiro nasceu em Leopoldo de Bulhões (GO) e sempre foi um entusiasta do setor empresarial, tendo sido sócio e dirigente de diversas empresas nos ramos da agropecuária, hotelaria e tecnologia da informação. Foi um dos idealizadores do projeto do Parque Tecnológico Cidade Digital e o principal responsável pelo fortalecimento do Sindicato das Indústrias da Informação do DF (Sinfor) na última década. “Meu pai sempre foi muito ativo e nos colocou no trabalho desde muito cedo. Seu lado empresarial era tão ativo que, quando não estava trabalhando, levava o trabalho para dentro de casa”, diz o engenheiro Márcio André Fleury.

Félix

Félix Fernando Raposo
Indicado pela Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), Félix Fernando Raposo trabalha há 55 anos na indústria de colchões. “Sou colchoeiro nato”, orgulha-se. Ele começou como colaborador da fábrica de colchões de mola Pires, em Recife, na década de 60. Nessa época, o produto na sua versão de mola tinha 70% do mercado de colchões. Com a espuma, Félix viu seu segmento reduzido a 2,8% na década de 90. “Com muito trabalho, demos uma reviravolta e hoje temos 40% do mercado de colchões”, explica. O segredo, segundo ele, foi investir em tecnologia. Diretor administrativo das empresas Socimol e Ônix, Félix se diz orgulhoso de ter construído a marca Ônix do zero. “Não é fácil fazer uma marca no Brasil”, afirma.

Flávio

Flávio Gurgel Rocha
Indicado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Flávio Gurgel Rocha é presidente da Riachuelo e vice-presidente do grupo Guararapes. Ele lembra que o Grupo Guararapes tem sua produção verticalizada, dominando desde o fio até o financiamento dos produtos que vende. “Somos o maior emissor de cartões private label do Brasil. Temos 28 milhões de cartões de créditos”, afirma. Segundo ele, em 2015 o grupo fez seu maior investimento, de mais de R$ 500 milhões, ao abrir 28 lojas. “A função do líder industrial é olhar através do nevoeiro e posicionar sua empresa para o pós-crise”, explica.

Francisco

Francisco Carlos de Oliveira
Indicado pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Francisco Carlos de Oliveira se orgulha de acordar às 3h30 da madrugada, chegar ao escritório às 4h40 e só deixar o trabalho às 18h. “Não tenho medo do trabalho. Tenho medo de gente preguiçosa e sem compromisso”, diz. O empresário abriu seu primeiro negócio em 1988 e é conhecido no meio empresarial pela diversidade de suas empresas. Fabrica de produtos de limpeza a velas, comercializa gás liquefeito de petróleo, atua nos ramos de bovinos de corte, de motos, de comunicação e de combustíveis no varejo. “Mas o que eu gosto mesmo é do lado social. Tenho uma escola dentro da fábrica para formar jovens em torneiro mecânico, soldador, eletromecânico, rebobinador. Já formamos mais de 200 pessoas”, diz.

Ignácio

Ignácio Carrau Supparo
Indicado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Ignácio Carrau Supparo é uruguaio e desenvolveu sua carreira no setor de alimentos e bebidas. Liderou a implementação de processo de inovação e packaging, desenvolvimento de novos processos e novos produtos. Atualmente é responsável pela Ervateira São Mateus. “Deixamos de vender só a erva para o chimarrão para vendermos uma variedade de produtos com valor agregado. Hoje exportamos diversos brends de erva para 25 países”, explica.

Olacyr Francisco de Moraes (in memoriam)
Indicado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), Olacyr Francisco de Moraes recebeu em vida mais de 200 títulos, entre diplomas, méritos e medalhas como reconhecimento de sua importante contribuição ao desenvolvimento do Brasil. Aos 19 anos, Olacyr abriu uma pequena empesa de transporte de cargas. Em 1966, com 45 anos, criou a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudan) e, no ano seguinte, a Opera S.A de criação e engorda de gado, no Mato Grosso. Em 1973, abriu a empresa Itamarati, com área total de 110.000 hectares para cultivar soja, milho, arroz , trigo e algodão. Ele se tornou o “rei da soja” na década de 80 por ser o maior produtor individual do grão no mundo. Antes de morrer, se dedicava à exploração de minérios. “Ele sempre dizia: ‘sorria sempre, mostra para a tristeza que você é mais forte do que ela’. Olacyr foi um pioneiro no Mato Grosso e um empresário excepcional”, lembra o diretor da Usina Itamarati, Ernesto Valdomiro de Moraes.

Tadeu Carneiro

Tadeu Carneiro
Indicado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Tadeu Carneiro é presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa do Grupo Moreira Salles, com matriz em Araxá, que extrai, processa e fabrica produtos a base de nióbio. Sob a gestão do engenheiro metalúrgico, a empresa exporta para mais de 60 países e mantém um programa de responsabilidade socioambiental. “Não sai um grama de minério bruto de Araxá. Só produto acabado”, diz Tadeu.

Mais notícias

Relacionadas

Leia mais

Melhorar a qualidade de vida é importante para a competitividade do país, diz Robson Braga de Andrade
Precisamos urgentemente continuar as reformas, diz Robson Braga de Andrade
Alunos do SESI conquistam 26 medalhas na Olimpíada de Astronomia e Astronáutica

Comentários