Paul Markillie sugere à indústria brasileira apostar em setores de tecnologia limpa

Editor de inovação da revista The Economist acredita que país pode avançar no cenário mundial se focar em áreas com essa vantagem competitiva

A indústria brasileira pode avançar no mercado internacional se combinar o modo como é vista pelos outros países, como um dos líderes na economia verde, com a mudança estrutural pela qual o modo produtivo passa no mundo, de valorizar mais o conhecimento do que a produção em si. A opinião é do editor de inovação da revista britânica The Economist, Paul Markillie, que participou hoje, 5 de novembro, do 7° Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília. 

Markillie explicou que a indústria mundial vive a era do conhecimento, em que o design, o desenvolvimento, a pesquisa e a inovação valem mais do que a capacidade de produzir. “Não importa onde esteja instalada a fábrica, onde é manufaturado o produto. O maior retorno financeiro e o lucro vão para onde o produto é concebido, para onde estão as patentes”, afirmou, em entrevista após a palestra. 

Exemplos disso são os telefones, cujas tecnologias são pesquisadas em países desenvolvidos e, na maioria dos casos, a produção é feita em países em desenvolvimento. O maior retorno financeiro, lembrou Markillie, é percebido pela empresa que criou o produto, não para a que o montou. 

A oportunidade para o Brasil, segundo o editor de inovação da The Economist, está em aumentar os investimentos nos setores em que detém reconhecidamente tecnologias limpas, como o uso do álcool combustível, o plástico de cana-de-açúcar, a energia elétrica de matriz hidrelétrica, por exemplo, o alimento produzido naturalmente.

“Se puder agregar a isso o design pelo qual já é reconhecido no resto do mundo, um design criativo, colorido, será líder em diversos segmentos”, disse. Ele salientou que o Brasil dificilmente conquistará terreno em produtos industriais se não focar nas áreas em que tem essas vantagens competitivas e continuar a produzir de tudo, sem foco.

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