SENAI reúne especialistas para discutir perfis de profissionais do futuro

Representantes de empresas, sindicatos e universidades participaram, em março, de Comitês Técnicos Setoriais das áreas de Polímeros, Construção Naval, Madeira e Mobiliário e Automotiva. Os debates vão subsidiar atualização dos cursos de educação profissional

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) organizou, no mês de março, Comitês Técnicos Setoriais Nacionais das áreas de Polímeros, Construção Naval, Madeira e Mobiliário e Automotiva. Os encontros, que ocorreram em Brasília, reuniram representantes de empresas, sindicatos e associações patronais e de empregados, de órgãos públicos e estudiosos de universidades. O objetivo é  definir as habilidades e competências atuais e futuras dos profissionais das áreas tecnológicas. Com base nesses perfis, o SENAI vai atualizar seus cursos para garantir que a formação de seus alunos esteja de acordo com as demandas do mercado de trabalho.

As tecnologias utilizadas pelas empresas evoluem mais rápido do que nunca e exigem a atualização acelerada dos profissionais.  No comitê de Madeira e Mobiliário, por exemplo, foi discutida a presença crescente da automação das máquinas, que agora trabalham sozinhas cortando madeira, relata o representante do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira (SINDMOV) do Estado de Minas Gerais, Juliano Dias Machado. “As empresas do setor agora precisam de pessoal que saiba mexer com software para programar as máquinas que trabalham sozinhas”, explica.

DE OLHO NO FUTURO - Com ênfase na inovação e nas tendências do mercado em um horizonte de cinco a dez anos, os comitês discutem as necessidades das indústrias de cada setor. As discussões nos grupos técnicos são refletidas diretamente no conteúdo ministrado nos cursos técnicos e de qualificação profissional do SENAI. A instituição atualizou, por exemplo, seu curso de Técnico em Segurança do Trabalho após especialistas, reunidos no comitê, apontarem a necessidade de que o profissional da área também trabalhe com consultorias.

As atualizações de conteúdo nos cursos do SENAI ocorrem, em média, a cada cinco anos. Mas, se houver mudanças tecnológicas relevantes antes desse período, os comitês podem ser convocados antes do prazo para discutir alterações nos currículos. Dessa forma, os alunos formados na instituição estão sempre atualizados e preparados a trabalhar com a tecnologia disponível no mercado no momento da formatura e em um horizonte de, no mínimo, cinco anos.

O método de realização dos Comitês Técnicos setoriais começou a ser utilizado pelo SENAI em 2000. De acordo com a Especialista em Desenvolvimento Industrial do SENAI Rangélia Coelho, para que os cursos estejam permanentemente atualizados, o diálogo com os empresários, que vivem a realidade e conhecem as exigências do mercado, deve ser próximo e contínuo. “Assim, conseguimos manter um perfil que seja aderente às demandas do mercado e, a partir daí, traduzimos isso para o currículo dos cursos de formação do SENAI”, explica.

Para o coordenador do curso de Engenharia Mecânica no Centro Universitário FEI de São Paulo, Gustavo Donato, que participou do Comitê Técnico Automotivo, a parceria também é positiva para as empresas. “É bom para a empresa porque ela tem o profissional mais bem formado em vários níveis. E é bom para o profissional, que tem colocação no mercado facilitada”, analisa. A avaliação é confirmada por resultados da Pesquisa de Acompanhamento de Egressos do SENAI feita todos os anos para analisar a opinião dos empresários sobre os profissionais formados pela instituição e sua empregabilidade. No painel 2014-2016, por exemplo, 95% dos representantes das empresas consultadas afirmaram preferir alunos do SENAI.

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