SENAI quer criar padrão de excelência para desenvolvedores de aplicativos para celulares e tablets

Para isso, propôs a inclusão da modalidade Desenvolvimento de Aplicativos para Dispositivos Móveis na WorldSkills Américas, competição interamericana de educação profissional

Na competição, os paulistanos Micael Brito (à esquerda) e Guilherme Hernandez têm que desenvolver o design e as funcionalidades dos aplicativos

A profissão de desenvolvedor de sistemas para computador é uma das que mais oferece oportunidades de emprego com boa remuneração. No Brasil, um técnico de nível médio dessa área tem salário em torno de R$ 3,5 mil. Com 10 anos de carreira, esse valor pode se aproximar dos R$ 7 mil. Estima-se que, no mundo, até 2020, haverá um crescimento anual de 30% na necessidade de profissionais para criarem programas que facilitem a vida de quem utiliza esses equipamentos. Entre eles, desponta um tipo de especialidade ainda mais escassa no mercado de trabalho – o desenvolvedor de aplicativos para dispositivos móveis, como celulares e tablets.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) quer tentar estabelecer um padrão de excelência na formação dos técnicos que trabalharão nessa área. Para isso, propôs a inclusão da modalidade Desenvolvimento de Aplicativos para Dispositivos Móveis na WorldSkills Américas, a competição interamericana de educação profissional, que segue até 6 de abril em Bogotá (Colômbia). “O que se pretende com isso é proporcionar um ambiente de aprendizado internacional para melhorarmos a formação em nossas escolas em todo o país”, explica o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

Os paulistanos Micael Brito, 19 anos, e Guilherme Hernandez, 17 anos, integram o time brasileiro. Ao lado de uma dupla colombiana, são os primeiros técnicos em redes de computadores a terem suas habilidades avaliadas na área de desenvolvimento de aplicativos para celulares e tablets durante uma competição de profissão técnica no mundo. Sua atuação na WorldSkills Américas servirá para estabelecer padrões de melhores práticas na formação desses profissionais. São avaliados pontos como novos conteúdos que devem ser incluídos nos cursos e a necessidade de capacitação de professores das escolas do SENAI. 

Aplicativo criado pelos brasileiros reúne informações sobre as 40 atividades dentro da WorldSkills Américas

Micael é responsável pelo design dos aplicativos – a forma como ele será visto por quem utiliza o sistema – e Guilherme por desenvolver suas funcionalidades. Na competição, eles são desafiados a criar um aplicativo para a plataforma Android a cada dia de torneio. No primeiro dia, criaram o WSA Events 2014, que reúne informações – horário, local, participantes – sobre mais de 40 atividades dentro da disputa da qual participam - veja a foto ao lado. 

“Levando em conta que temos um tempo apertado, a rapidez é o fator fundamental para o design”, afirma Micael. A tendência de aplicativos com layouts mais simples, com informações necessárias e que chamem atenção do usuário – explica ele – também influenciam no processo de criação.

CRIATIVIDADE - Nas provas, são avaliados, entre outros aspectos, conhecimentos em desenvolvimento de software, gerenciamento de projetos, trabalho em equipe, programação para aparelhos móveis utilizando padrões industriais e uso de ferramentas de multimídia e criatividade.

Responsável pelo treinamento da dupla, Paolo Haji explica que um bom aplicativo tem três características principais. É preciso parecer rápido para os usuários e ocupar pouco espaço de memória. “Além disso, o sistema não pode ‘assustar’ o usuário pedindo a ele acesso às suas informações como listas de contato”, exemplifica.

Os dois competidores brasileiros saíram do curso técnico em redes de computadores, na Escola Suíço-Brasileira, do SENAI de São Paulo, no qual são preparados para desenvolver sistemas para computadores de mesa e portáteis. Para atuar na área de aplicativos móveis, é necessário avançar em pontos como conhecimento de plataformas móveis, a exemplo do Android e IOS, ampliar a compreensão de experiência de usuário (os aspectos afetivos, experienciais, significativos e valiosos de interação humano) e acessibilidade para usuários com problemas de visão ou audição, por exemplo.

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