O Brasil foi o grande campeão da WorldSkills 2015, realizada em São Paulo, conquistando 31 medalhas na maior competição de educação profissional do planeta. Para a próxima edição do evento, que ocorre em outubro de 2017, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o desafio brasileiro é manter-se no topo do pódio. Para tanto, os 46 competidores estão prestes a iniciar sua preparação para realizarem o sonho de manter no Brasil o título de melhor ensino profissional do mundo.
Desde 31 de outubro, os alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) selecionados para a WorldSkills 2017 iniciaram a rotina de dedicação em tempo integral para a competição. A primeira etapa consistiu de imersão de cinco dias, em Brasília, para exames de saúde e para traçar o perfil comportamental de cada um, voltado à preparação psicológica do competidor. Até o fim do ano, de volta aos respectivos estados, definirão um plano de desenvolvimento de competências para o aperfeiçoamento de suas habilidades.
Entre janeiro e setembro de 2017, os alunos entram numa espécie de “concentração”, para um período de nove meses de preparo num centro de treinamento, montado especialmente na capital federal, com dormitório, refeitório e estrutura de treino reproduzindo as mais de 30 modalidades técnicas. Cada ciclo de treinamento terá durarão de 21 dias por mês – nos dias restantes o aluno retorna ao estado de origem –, dando ideia do esforço e dedicação de cada aluno para se tornar um campeão.
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A COMPETIÇÃO NACIONAL - A nona edição da Olimpíada do Conhecimento, maior campeonato de educação profissional das Américas, teve início em 9 de novembro, em Brasília. Realizada a cada dois anos, ela avalia o conhecimento e as habilidade de alunos do ensino profissional do país. Neste ano, 240 competidores participarão de um dos sete desafios que representam situações do dia a dia da indústria.
Assim como para a WorldSkills, os treinos para a OC2016, começaram com antecedência. Segundo o gerente de Tecnologias Educacionais do SENAI, Luiz Eduardo Leão, a maioria dos competidores da Olimpíada do Conhecimento começou a se preparar em fevereiro. “As equipes treinaram cerca de 10 horas por dia. Na reta final, treinaram de domingo a domingo”, informa. Para o gerente, “este treinamento é fundamental para que cada um dos alunos tenha um pleno domínio da profissão”.
COMPETIDORES - “No treino a gente fica repetindo e repetindo os procedimentos e as técnicas para ter um melhor aproveitamento. A prática leva à perfeição, não é?”, explica Gabriel Borba, 20 anos, estudante do curso técnico de Edificações do SENAI de Taguatinga (DF) e que participa na modalidade de Construção e Edificações. Gabriel treinou a aplicação de revestimentos cerâmicos para ajudar a construir uma casa popular inteligente , desafio da Olimpíada do Conhecimento. “Os competidores do Brasil inteiro estão treinando muito, se eu quiser ganhar vou ter que dar o melhor de mim”, conclui.
Jonathan Silva é estudante do curso técnico de Mecânica do SENAI e é um dos integrantes da equipe do Distrito Federal na modalidade de Transporte e Logística para a OC2016. Para ele, participar da competição é uma forma de se capacitar ainda mais. “Tenho certeza que vou sair daqui muito qualificado e que essa competição vai me ajudar a crescer na carreira e a ter um futuro melhor.”
Para Luiz Eduardo Leão, os jovens que estão sendo preparados para as competições da educação profissional serão capazes tornar a indústria brasileira mais produtiva e mais competitiva. “Não estamos só qualificando eles no domínio de uma competência, mas também um alto nível de planejamento, de processo de execução, de técnicas. Este é o nível de excelência de que a indústria precisa”.
CAMPEÃO NA VIDA - Em 1995, com apenas 16 anos, André Luiz Freitas se formou eletricista de manutenção e instalação industrial e predial no SENAI em Taguatinga e, dois anos depois, foi chamado para participar do torneio nacional de profissões técnicas promovido na época. Foram oito meses de treino, conciliando trabalho e estudos, até vencer o torneio nacional, título que lhe rendeu o convite para participar da WorldSkills. Desafio aceito, passou a se dedicar integralmente e, aos 20 anos, conquistou o primeiro ouro brasileiro na modalidade.
Hoje empresário, André é sócio da Engeforce, empresa que vende, faz manutenção e fabrica componentes para geradores elétricos e hoje conta com dez funcionários. Ele afirma que todo o treinamento que teve no SENAI foi importante para se diferenciar no mercado de trabalho. “Inclusive, por conhecer a qualidade do SENAI, a maioria dos empregados da empresa passaram pelas salas de aula da instituição”, completa.
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