Possíveis parcerias entre o setor privado norte-americano e o brasileiro para explorar bacias de gás de xisto, principalmente na região do Rio São Francisco e no Sul do país; o interesse das empresas americanas em participar dos leilões de petróleo, que serão divulgados ainda este ano; e o impasse das barreiras contra o etanol estrangeiro nos Estados Unidos.
Esses foram os três principais assuntos discutidos no encontro entre o secretário de Energia dos Estados Unidos, Ernest Moniz; o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi; e empresários brasileiros, dentre eles representantes da Alcoa, Odebrecht e Camargo Corrêa. A reunião ocorreu na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF), no início da tarde desta sexta-feira (16).
"Assim como no caso do petróleo, temos interesse na tecnologia e nos investimentos americanos para explorar o gás não convencional. Isso é fundamental para a segurança e a independência energética dos dois países", destacou Carlos Abijaodi.
"Percebi uma abertura completa e o desejo de muitas empresas, incluindo empresas americanas, de participar dos leilões. Temos interesse em um sistema que permita a empresas brasileiras e de outros países, como os Estados Unidos, operar com um bom modelo de negócios e uma boa cadeia de fornecedores, porque estamos em um negócio competitivo e global", declarou Ernest Moniz.
ETANOL – Os produtores brasileiros de etanol aproveitaram o encontro para tratar das ameaças de novas barreiras tarifárias e técnicas ao combustível nos Estados Unidos. Desde 1º de julho, O Congresso Norte-Americano discute um projeto de lei que recria o subsídio de US$ 0,45 por galão para produtores internos e aplica taxa de US$ 0,54 pelo galão importado. Essas proteções vigoraram por 30 anos, mas foram derrubadas em dezembro de 2011 pelo próprio Congresso.
Atualmente, o projeto em tramitação prevê o restabelecimento dessas barreias até 2015, o que representa uma ameaça aos dois bilhões de litros de etanol exportados pelo Brasil em 2012. Volume que rendeu US$ 1,5 bilhão. Hoje, de acordo com o secretário, Brasil e Estados Unidos são responsáveis por 70% da produção mundial de etanol.