A indústria que resiste

O Dia da Indústria nos dá a oportunidade de debater temas relevantes para o desenvolvimento econômico

Hoje é comemorado em todo o país o Dia da Indústria. Criada em 1957 pelo presidente Juscelino Kubitschek, a data nos dá a oportunidade de debater temas relevantes para o desenvolvimento econômico. Àquela época, a indústria de transformação representava 13,8% do Produto Interno Bruto nacional. Em 1985, atingimos o auge da participação na economia: 27,2% do PIB. De lá para cá, porém, este número só caiu. 

Ao invés de incentivar a comercialização dos produtos de maior valor agregado, transformando matéria-prima em bens de consumo, o Brasil se tornou um grande exportador de commodities minerais e agrícolas. Perdemos competitividade e nos tornamos paroquianos, vendendo nossa produção de maior valor agregado internamente. Como resultado, a indústria de transformação caiu de 19,2% em 2003 para apenas 13,3% de participação em 2012 – número semelhante aos tempos de JK. 

O cenário desenhado parece assustador para quem tem visão pessimista ou desconhece a capacidade criativa e a força da indústria capixaba. Enquanto o Brasil vive um processo de desindustrialização, o Espírito Santo resiste como um dos Estados de maior participação industrial: em 2011, representamos 38,5% do Valor Adicionado Bruto estadual – bem acima dos 27% da indústria geral brasileira. 

Vivemos um bom momento de oportunidades que não pode ser perdido. Mesmo em meio a tantos desafios, nós da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) temos razões para celebrar: o Estado está em processo de implantação de investimentos privados que totalizam mais de R$ 20 bilhões, atingimos 1,3% de crescimento na produção física industrial em abril e esperamos alcançar 2,5% no ano. 

Ao final do primeiro semestre, teremos recebido os dois maiores investimentos privados do Brasil até o momento – talvez os maiores do ano. O Projeto Quarta Pelotização (P4P) da Samarco foi inaugurado em abril e a oitava usina de pelotização da Vale aumentará o montante investido no Espírito Santo. E cada vez mais empresas aportam em terras capixabas. 

Mais de 24 mil novos empregos estão sendo gerados com a chegada de indústrias como Volare/Marcopolo, Paranapanema, Manabi, WEG, Bertolini, Itaoca Offshore, Edison Chouest, Jurong, Itatiaia, entre outras. A diversificação e a interiorização dos investimentos vão permitir que a indústria do Espírito Santo continue crescendo em todas as regiões, criando oportunidades e renda para os capixabas.

* Marcos Guerra é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo.

Relacionadas

Leia mais

Dia da Indústria: a importância do setor que movimenta a economia brasileira
Segundo dia da WorldSkills movimenta ocupações e conta com visitas ilustres
7 previsões da indústria para a economia brasileira em 2018

Comentários