Indústria química reduz consumo de energia e água

Setor investe em atividades, processos e equipamentos que ajudam a conservar os recursos naturais e a diminuir os resíduos e efluentes do processo de produção. Veja na penúltima reportagem do especial Indústria Sustentável

O uso racional de energia e de água, a reciclagem dos resíduos e a redução dos efluentes estão entre as prioridades da indústria química brasileira. Composto por cerca de 4 mil empresas de pequeno, médio e grande portes, que faturaram R$ 379,2 bilhões em 2016, o setor investe em atividades, processos e equipamentos que ajudam a conservar os recursos naturais. As informações estão no estudo A química como criadora de soluções para o desenvolvimento sustentável, organizado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

De acordo com o estudo, que integra o projeto CNI sustentabilidade, a indústria química é uma grande consumidora de energia elétrica. Em algumas empresas, a energia é o principal insumo do processo de produção. Para garantir a sustentabilidade e competitividade dos negócios, o setor aposta no melhoramento dos sistemas de monitoramento de consumo e racionalização do uso da energia e da água com processos e equipamentos mais eficientes. 

Confira os principais resultados das ações da indústria química para a sustentabilidade:
•    Uso racional de energia elétrica: a adoção de normas de gestão tais como a série ISO 50000, de programas de manutenção preventivos, de edificações projetadas com foco na eficiência energética (iluminação e temperatura) e de sistemas de isolamento térmico mais eficazes, contribuíram para a redução no consumo de energia no setor. Além disso, a indústria apostou na diversificação da matriz energética e na busca de fontes alternativas de energia. Com isso, o consumo total de energia elétrica no setor caiu de 416 kilowatt hora por tonelada de produto em 2006, para 338 kilowatt hora por tonelada de produto em 2015.

“Se uma empresa não é competitiva, ela não é sustentável", afirma a diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Abiquim, Marina Mattar

A diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Abiquim, Marina Mattar, destaca a importância da sustentabilidade do setor químico para promover competitividade. “Se uma empresa não é competitiva, ela não é sustentável. Há uma crescente demanda por soluções e tecnologias que viabilizam a continuidade do ritmo de produção e consumo atuais sem comprometer a preservação do meio ambiente e a manutenção da qualidade de vida das futuras gerações”, afirma Mattar. 

• Redução da geração de efluentes: A geração de efluentes do setor diminuiu 31% de 2006 a 2015. Isso é resultado das estratégias de mudanças dos processos, redução de vazamentos, melhorias nos ciclos de lavagem dos equipamentos e segregação de descartes. "A melhoria do desempenho no planejamento da produção e no desenvolvimento de tecnologias inovadoras voltadas para processos de recuperação têm levado as empresas a considerarem estratégias sustentáveis com relação ao uso da água. Resultado disso é que em 2015, 7% de todo efluente gerado foi recuperado para uso industrial", afirma o estudo da Abiquim.

• Reuso de água: Graças à gestão eficiente dos recursos, a captação de água pelas indústrias químicas caiu 36% entre 2006 e 2015, passando de 7,41 metros cúbicos por tonelada de produto para 4,7 metros cúbicos por tonelada de produto. "A gestão dos recursos hídricos excede em muito os aspectos econômicos e regulatórios, uma vez que o uso irresponsável da água pode comprometer a continuidade da vida no nosso planeta", afirma o estudo da Abiquim.

Por isso, muitas empresas aderiram ao Programa Atuação Responsável® e investem em instalações, produtos, tecnologias e procedimentos que reduzem o consumo e reaproveitam a água. As medidas atendem aos preceitos de sustentabilidade do 6º Princípio do Responsible Care Global Charter. Além disso, com a falta de água na região Sudeste em 2016, a Abiquim criou um grupo de trabalho sobre recursos hídricos. O grupo publicou, em julho de 2015, o Guia para Elaboração de Plano de Contingência para a Crise Hídrica, que está disponível na página da Abiquim

• Redução de resíduos: A geração de resíduos no setor caiu de 8,5 quilos por tonelada de produto em 2006 para 4,8 quilos por tonelada de produto em 2016. Essa queda e o aumento na quantidade dos reciclados, reutilizados ou reprocessados é resultado do aumento da produtividade no desenvolvimento dos produtos e processos e, a consequentemente, redução de perdas e desperdícios.

SAIBA MAIS - Faça o download dos documentos que apresentam as ações da indústria brasileira para o desenvolvimento sustentável, divididos por setores de atuação, no site do CNI Sustentabilidade.

SÉRIE COMPLETA - Acompanhe a série Indústria Sustentável na página do especial da Agência CNI de Notícias.

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