O Brasil precisa de uma nova política industrial, que devolva o dinamismo ao setor no país, normalmente responsável pelos empregos mais qualificados e pelos avanços tecnológicos mais impactantes, afirmou o empresário Ricardo Alban, durante a cerimônia de posse na presidência da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB). Conforme observou, essa política deve ser capaz de levar a um novo equilíbrio federativo, dando às regiões Norte e Nordeste, as mais pobres, um tratamento diferenciado. A posse nas duas entidades ocorreu juntamente com as comemorações dos 70 anos da FIEB e também do Serviço Social da Indústria (SESI).
Na solenidade, com a presença do presidente Michel Temer, Ricardo Alban ressaltou que os industriais nordestinos não deveriam pagar a instituições como o Banco Nacional do Nordeste (BNB)e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), juros superiores aos cobrados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo. “Temos que tratar regiões diferentes com políticas também diferentes, para conseguirmos diminuir os desequilíbrios!”, afirmou.
A política econômica deve incluir uma atenção maior à Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para que ela seja para o setor industrial o que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) representa para o agronegócio.
Alban destacou, ainda, a necessidade de se encontrar uma solução de mercado que permita a continuidade de funcionamento da Fafen, fábrica de fertilizantes do Polo Industrial de Camaçari (BA), bem como a aprovação da Rota 2030, novo regime automotivo brasileiro. Os dois pontos, destacou, interessam muito à economia baiana.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destacou avanços obtidos durante o governo do presidente Michel Temer, o principal deles a reforma das leis trabalhistas, que trouxe um sopro de modernidade ao Brasil. Mas mencionou a paralização das tratativas visando a aprovação da reforma previdenciária que, se estivesse em vigor, traria um reforço de caixa da ordem de R$ 3,3 bilhões ao governo para investimentos. “Criamos o Previdenciômetro, um instrumento para acompanhar o que o país perde sem a aprovação da reforma da Previdência”, afirmou Andrade.
ROTA 2030 SAI EM MAIO - O presidente Michel Temer concordou com Ricardo Alban na defesa dele sobre um tratamento diferenciado para o Nordeste. “Os estados nordestinos merecem, de fato, uma atenção diferenciada, que traga mais equilíbrio aos estados da Federação”, disse o presidente. Ao destacar outro ponto de convergência com Alban, Temer anunciou que pretende concluir, em maio, o Rota 2030. “Aqui se mencionou a questão do Rota 2030. Nós estamos finalizando esse tema e, logo, creio que no começo do mês que vem, nós vamos completá-lo e aprová-lo de uma vez”, declarou o presidente.
O atraso na divulgação do novo regime se deve à falta de consenso entre os ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e da Fazenda sobre o aumento ou redução de impostos, bem como sobre a forma de fazer a renúncia fiscal, que deve ficar em torno de R$ 1,5 bilhão ao ano, mesmo montante do regime anterior, o Inovar Auto.