SENAI apresenta soluções inovadoras para uso racional e sustentável da água

No 8º Fórum Mundial da Água, pesquisadores dos Institutos SENAI de Tecnologia e de Inovação expuseram produtos e serviços relacionados ao melhor aproveitamento e manutenção dos recursos hídricos

Estande no SENAI no 8º Fórum Mundial da Água

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), por meio dos Institutos SENAI de Tecnologia e de Inovação, é protagonista na busca por soluções concretas para gestão sustentável dos recursos hídricos. No 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, 11 cases foram apresentados, com propostas de especialistas de todo o Brasil para uso racional de água na indústria, monitoramento sistêmico da qualidade da água, tratamento de efluentes, descarte de resíduos sólidos, entre outros.

Gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI, Marcelo Prim explica que a água é um recurso finito e cada vez mais escasso em razão do uso intensivo, dos desperdícios e da gestão inadequada. Seu uso racional, portanto, é um problema global e, no Brasil, os Institutos SENAI de Tecnologia e de Inovação são os principais parceiros da indústria na busca por soluções. 

“O SENAI tem estruturado uma infraestrutura de laboratórios, com mais de mil consultores especialistas e mais de 500 pesquisadores, que está à disposição do setor industrial para ajudá-lo no melhor aproveitamento dos recursos hídricos, no desenvolvimento de produtos que utilizem menos água, no tratamento de efluentes, entre outras questões que são cruciais para a sustentabilidade não só da indústria, mas do Brasil e do mundo”, explica Prim.

"A influência da Implantação do Plano de Gestão dos Resíduos Sólidos na manutenção dos recursos hídricos no Distrito Federal", case apresentado por Ester Lea Martins, do SENAI-DF

RESÍDUOS SÓLIDOS – Entre os cases apresentados no Fórum, está o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS) implantado pelo Instituto SENAI de Tecnologia da Construção Civil (IST) do Distrito Federal em 80 empresas do setor de alimentação para a manutenção dos recursos hídricos.

A consultora de Meio Ambiente e responsável pelo projeto, Ester Lea Martins, explica que o plano foi desenvolvido para minimizar o descarte incorreto de resíduos, principais causadores de contaminação da água, e reduzir os gastos dos empreendimentos com a coleta de lixo. Isso porque, devido a uma Lei Distrital, em Brasília, os estabelecimentos que produzem mais de 120 litros de lixo não reciclável por dia são responsáveis por sua própria coleta e armazenagem de resíduos, o que é muito oneroso para o empresário. “Quem descumpre a legislação está sujeito a multas de R$ 7,5 a R$ 27 mil”, afirma Ester.

Com o PGRS, o SENAI capacitou funcionários para segregar o lixo de maneira adequada. “As empresas reduziram o volume diário de resíduos encaminhados para o aterro sanitário de 7,6 para 5,5 toneladas. Além disso, aumentaram a reciclagem, a drenagem urbana, a vida útil do aterro sanitário, a redução da extração de matéria-prima e a poluição da água”, comemora a consultora.

“Remoção de micropoluentes através da oxidação avançada e adsorção: uso da nanotecnologia”, case apresentado por Antônio Fidalgo, do SENAI-RJ.

MICROPOLUENTES – Cosméticos, pesticidas, medicamentos, detergentes e outras substâncias consumidas diariamente são micropoluentes presentes na água. Apesar de encontrados em baixíssimas concentrações, podem gerar danos a longo prazo, uma vez que não são biodegradáveis nem removidos através do tratamento convencional de água e de efluentes. Visionário, o Instituto SENAI de Inovação em Química Verde, do Rio de Janeiro, já dedica esforços para resolver esse problema.

“Essa é uma discussão muito nova, que está um pouco mais avançada na Europa e na América do Norte. Mas é muito possível que, em algum momento, transforme-se em uma regulamentação ou demanda legal”, explica o diretor do Instituto, Antônio Fidalgo, responsável pela apresentação do case “Remoção de micropoluentes através da oxidação avançada e adsorção: uso da nanotecnologia”.

O projeto consiste no desenvolvimento de uma tecnologia capaz de remover os micropoluentes da água por meio de partículas magnéticas. “A ideia é que esse material faça a adsorção e oxidação da água, depois seja removido por magnetismo, podendo ser regenerado para um o tratamento de um novo corpo hídrico”, afirma Fidalgo, lembrando que esse é um estudo de vários parceiros, entre eles a Universidade de Stuttgart, na Alemanha - uma das mais avançadas nos domínios científico e tecnológico da Europa.

8º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA – O Fórum Mundial da Água, organizado pelo Conselho Mundial da Água (WWC), tem como principal objetivo colocar a água no topo da agenda política e da sociedade, oferecendo um espaço de discussão para atores de diferentes setores e países. O encontro acontece a cada três anos, em um país diferente. 

A edição de 2018, realizada de 18 a 23 de março, em Brasília, foi a primeira do Hemisfério Sul e consagrou-se como a maior edição da história do evento, reunindo mais de 85 mil pessoas de 172 países diferentes. Do público total, 74,5 mil visitaram a Vila Cidadã e a Feira; e 10,5 mil são congressistas que participaram das mais de 300 sessões temáticas do Centro de Convenções Ulysses Guimarães e visitaram a Expo.

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