Na MEI, empresários e governo discutem prioridades para a inovação em 2018

Primeira reunião do ano do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação teve a presença dos ministros da Saúde e de Educação

Financiamento, fortalecimento das engenharias, marco legal e inserção internacional via inovação vão protagonizar a agenda da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2018. Os temas foram apresentados nesta sexta-feira (2), na primeira reunião do Comitê de Líderes da MEI, em São Paulo.

O encontro teve a presença dos ministros da Educação (MEC), Mendonça Filho, e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, além do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Álvaro Prata.

“Este ano, a MEI completa 10 anos de atuação, apoiada numa agenda positiva, com foco na ampliação da capacidade de inovação das indústrias do país. Temos trabalhado para fazer da inovação uma estratégia fundamental para o desenvolvimento econômico, tecnológico e social do Brasil”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Os temas estratégicos da MEI foram apresentados por Pedro Wongstchowski, vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra. “A questão do financiamento é algo que nos preocupa muito e teremos de trabalhar bastante neste ano. Temos visto cortes, contingenciamentos e reduções de recursos na FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), o FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) muito limitado e a redução de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para inovação”, afirmou.

No entanto, ele destacou bons resultados da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que viabilizou 201 projetos por meio de R$ 300 milhões investidos.  No ano passado, na última reunião da MEI do ano, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou aportes da pasta na Embrapii para o desenvolvimento de iniciativas ligadas à saúde. O presidente da CNI aproveitou a ocasião para pedir mais celeridade na aprovação do convênio pelo MCTIC. “Esse convênio é muito importante para  desenvolvermos soluções tecnológicas em saúde no Brasil”, disse Andrade.

AVANÇOS – Entre os avanços no ambiente de inovação em 2017, estão as melhorias no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), como o acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que pôs fim à anuência prévia da agência para a análise de patentes de fármacos. O titular do MDIC, Marcos Jorge, destacou ainda a ampliação de 25% no quadro de servidores e a parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para o investimento de R$ 40 milhões no INPI nos próximos três anos para melhorias na gestão da instituição.  

“Também tivemos, pela primeira vez em 17 anos, um ganho considerável na produtividade e reduzimos em 7,6% o estoque de patentes no ano passado. Ainda precisamos resolver a essa questão e aguardamos a finalização da nossa proposta de decreto, que está na Casa Civil, para simplificar a análise em caráter extraordinário”, afirmou.

EDUCAÇÃO – O ministro da Educação, Mendonça Filho, apresentou um panorama geral da educação no Brasil. Segundo ele, o país ampliou significativamente os investimentos em educação, que hoje chegam a 6% do PIB, mas tem o desafio de melhorar a relação entre empenho de recursos e resultados. Ele lembrou que o estudante brasileiro tem deficiências em leitura e desempenho muito abaixo da média internacional em matemática.

“Isso se reflete na nossa produtividade. Se olharmos os nossos concorrentes internacionais, como Coreia, Chile e países do sudeste asiático, esses países tiveram ganhos recentes extraordinários na produtividade. Se queremos ter mais produtividade na indústria, empresas mais internacionalizadas e competitivas, precisamos melhorar a educação no Brasil”, ressaltou.

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