Investimento em inovação gera retorno econômico e social, afirmam palestrantes em seminário internacional

SENAI reuniu representantes de instituições de cinco países e brasileiras para debater como acelerar a inovação no Brasil

Fórum Exame/Veja “A importância da inovação na era da economia digital”, em São Paulo

Representantes de instituições de ciência e tecnologia de cinco países e do Brasil defenderam, nesta quinta-feira (16), que o investimento em inovação traz retornos efetivos à economia e ao bem estar da população.

Esse foi um dos aspectos debatidos durante o Fórum Exame/Veja “A importância da inovação na era da economia digital”, realizado em São Paulo pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Presidente em exercício da CNI, Paulo Afonso Ferreira, diz que a capacidade inovadora é determinante para aumentar o desenvolvimento econômico e social do país

“A capacidade inovadora das empresas e da gestão pública é determinante para aumentar o desenvolvimento econômico e social do país”, destacou o presidente em exercício da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso Ferreira, na abertura do evento. “A capacidade da Indústria brasileira de competir internacionalmente dependerá da habilidade de promover e adotar a inovação como parte das políticas públicas e do DNA das empresas”, completou ele. 

Um dos palestrantes estrangeiros do seminário, Holger Kohl, representante do Instituto em Produção de Sistemas  e Tecnologias de Design (IPK) da Sociedade alemã Fraunhofer, afirmou que cada Euro investido na instituição produziu 18 vezes mais riqueza no país.

Em 2014, a Fraunhofer obteve 1 bilhão de Euros em orçamento público e privado, que se transformou em 20 bilhões na economia alemã. “O que a economia precisa obter como resultado de pesquisa e desenvolvimento (P&D), no final das contas, é crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e aumento da competitividade das indústrias nacionais”, avaliou. “Nós ainda precisamos de instituições que consigam entender as verdadeiras necessidades industriais.”

Durante o fórum, foram apresentadas as principais conclusões do livro “Innovation in Brazil: Advancing Development in the 21st Century”, resultado de trabalho de pesquisa encomendada pelo SENAI ao Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Pesquisadores da entidade norte-americana e da Sociedade Fraunhofer foram contratados para ajudar na implantação da rede nacional de 26 Institutos SENAI de Inovação

Ben Ross Schneider, do MIT, apresentou o livro “Innovation in Brazil: Advancing Development in the 21st Century”

O pesquisador Ben Ross Schneider, do MIT Political Science, que fez a apresentação do livro, afirmou que, entre outros caminhos para avançar no campo da inovação, o Brasil precisa promover a colaboração entres os três eixos da chamada “tripla hélice”: governo, empresas e universidades, assim como estimular inovações institucionais. Desse ponto de vista, ele apontou como relevantes a criação dos Institutos SENAI de Inovação, que realiza pesquisa aplicada - a tradução do conhecimento científico em soluções inovadoras que vão para o mercado - e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que financia projetos de 42 unidades em um novo modelo ágil, sem burocracia e flexível.

Schneider também elogiou o papel desempenhado pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo coordenado pela CNI que reúne 200 executivos das maiores empresas brasileiras. 

O professor do MIT argumentou que o ambiente brasileiro de inovação é muito fragmentado e que é necessário fomentar a existência de novos formatos institucionais mais adequados aos desafios tecnológicos  atuais. “O Brasil deve pensar se é hora ou não de fechar algumas instituições que já tiveram um papel importante mas que hoje, com a mudança da tecnologia, não são mais necessárias e pensar como continuar incrementando outros formatos de instituições”, defendeu. 

Diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, fala sobre a importância das novas organizações em ambientes inovadores

Durante o painel que discutiu a importância das instituições de ciência e tecnologia (ICTs) para a indução de um ambiente inovador, o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, também destacou a importância das novas organizações brasileiras. “Temos um novo pacote de soluções institucionais e essa agenda de inovação é decisiva para o Brasil capturar as oportunidades que estão surgindo”, disse ele, ao lado da chefe da rede Catapult, do Reino Unido, Heidi Simons. 

Participaram também do seminário Laurens Steen, representante para a América Latina da The Netherlands Organisation for Applied Scientific Research (TNO), da Holanda, Martin C. Sanne, diretor-executivo do Council for Scentific and Industrial Research (CSIR), da África do Sul, Jorge Guimarães, diretor-presidente da EMBRAPII e Carlos Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). 

Confira mais fotos do seminário:

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