Encontro na CNI ressalta papel transformador da Biotecnologia 4.0

Principais atores do setor participam de evento em São Paulo para discutir como a biotecnologia está inserida na nova Revolução Industrial

A Biotecnologia tem papel essencial no mundo e será capaz de oferecer soluções de produção de insumos e alimentos para uma população que enfrenta os desafios das mudanças climáticas e de sustentabilidade. Essas foram algumas das conclusões do Seminário Biotecnologia 4.0, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, na última sexta-feira (11).

Com o apoio da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI), o evento foi organizado pelo Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e o SENAI Departamento Nacional para discutir como a biotecnologia está inserida na nova Revolução Industrial. Os participantes do evento tiveram acesso a uma variedade de informações e exemplos de como a biotecnologia industrial está sendo impactada e impactando a indústria 4.0. Novos sensores, equipamentos e inteligência artificial aplicada à pesquisa garantem o avanço na biotecnologia; automação, Big Data, análise e controle avançado de processos e a IoT impactam na forma de trabalho e na comunicação na cadeia industrial.

Mariana Doria, coordenadora de Inteligência Competitiva do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos, lembrou que o evento surgiu de uma proposta apresentada pelo presidente da ABBI, Bernardo Silva, e reuniu os principais atores do setor. “O Seminário quer mostrar como a Biotecnologia é uma tecnologia disruptiva e está intrinsicamente relacionada com a Indústria 4.0”, explicou.

BIOTECNOLOGIA 4.0 - A proposta do encontro foi também a de construir uma visão do que o país precisa para avançar na área de Biotecnologia 4.0. Segundo Mariana, o grupo vai preparar um documento para os presidenciáveis mostrando as políticas públicas necessárias para tornar o Brasil líder em Biotecnologia.

“É muito importante investirmos nessa área. O Brasil tem grande potencial por ter muita biomassa, além de competência para trabalhar nesse campo. Se não aproveitarmos essa oportunidade, podemos ficar atrás de outros países que têm trabalhado essas potencialidades”, conta Fabio Larotonda, diretor da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Ele falou ainda sobre as ações do Ministério, como o plano de ação de ciência, tecnologia e inovação em bioeconomia, que conta com diretrizes e iniciativas importantes na área. “Também pretendemos criar um observatório nacional de bioeconomia para monitorar as tendências e os países onde devemos investir”, revelou Larotonda.

Já o presidente-executivo da ABBI, Bernardo Silva, lembrou que a própria indústria 4.0 ainda está em fase inicial e que o tema da biotecnologia encontra-se numa etapa inicial no Brasil. Ele revelou que algumas empresas multinacionais com operações no país já têm esse tipo de atividade lá fora e estão usando tecnologias 4.0 para desenvolver uma bioeconomia mais avançada.

“Por isso temos tentado, por meio do apoio a esses workshops, mobilizar as pessoas, criar massa crítica e começar a enxergar meios para incentivarmos as discussões sobre o tema no Brasil. E não é só para adoção das tecnologias 4.0 na biotecnologia, mas também para inserir a biotecnologia nas ações de indústria 4.0 de outros setores que têm grandes oportunidades de criar produtos inovadores”, pontuou.

Fabio Pires, gerente de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, que fechou o evento, lembrou a importância das empresas interessadas começarem a se unir para criar consórcios e desenvolver pesquisas em conjunto. Falou ainda sobre o papel do SENAI no fomento aos estudos do tema. “Os nossos institutos de inovação estão preparados para atender consórcios de empresas que queiram desenvolver tecnologias em biotecnologia, tanto envolvendo nossos próprios cursos como fazendo parcerias com universidades nacionais e internacionais para, dessa forma, gerar competência de alto valor para o país”, concluiu Pires.

Durante o Seminário também foi divulgado o Prêmio de Inovação em Bioeconomia Avançada, promovido pela ABBI.

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