Um porto 100% privado começará a ser construído no primeiro trimestre de 2019, no município de Presidente Kennedy, no sul do Espírito Santo. A previsão é que o chamado Porto Central inicie suas operações, voltado principalmente para o setor de óleo e gás, entre 2021 e 2022. O projeto do empreendimento, que tem parceria e participação do Porto de Roterdã (Holanda), foi apresentado na manhã desta quarta-feira (23) durante reunião do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o diretor do Porto Central, Fabrício Cardoso Freitas, a unidade terá um conceito de provedora de infraestrutura, com a previsão de erguer terminais para o setor de óleo, cargas gerais e contêineres. “Nascemos muito voltados para o setor de óleo e gás, mas também teremos terminais para grãos e cargas gerais, principalmente café, celulose, bauxita, pedras. Haverá ainda um terminal de contêineres”, detalhou o diretor.
Com área de 20 km² e profundidade de 10 a 25 metros, o Porto Central tem como meta ser um grande operador de carga internacional. “Temos uma parceria com o Porto de Roterdã, que exerceu opção de compra de parte do projeto”, afirmou Freitas. Referência mundial, o porto holandês desenvolve uma aliança portuária mundial, a fim de permitir o desenvolvimento de parcerias globais de forma que empresas possam se conectar a mercados em crescimento e se estabeleçam perto de vias de comércio emergentes.
O diretor do Porto Central observou que uma das grandes virtudes do empreendimento é a localização privilegiada, no centro da costa brasileira, a uma distância de 360 km do Rio de Janeiro, 520 km de Belo Horizonte e de 790 km de São Paulo.
SETOR ELÉTRICO – Os conselheiros também debateram o panorama sobre os custos da energia elétrica no país. A perspectiva é de que haja queda nas tarifas a partir de 2020. Entre as propostas da CNI para discussão estão a redução de encargos setoriais, o aprimoramento da alocação dos custos remanescentes e a diminuição da duração dos contratos de energia, a fim de permitir que o consumidor tenha acesso a redução de preços advindos de ganhos tecnológicos.
Durante a reunião do Coinfra, também foram apresentados os temas e um breve resumo dos 13 estudos da área de infraestrutura que a CNI entregará aos candidatos à Presidência da República. Os documentos tratam de privatizações, portos, ferrovias, saneamento básico, telecomunicações, energia elétrica, óleo e gás, segurança jurídica na infraestrutura e qualidade regulatória. Esses trabalhos integrarão os 43 estudos sobre temas estratégicos que a CNI endereçará aos presidenciáveis.