Nova lei do ensino médio segue tendência mundial de valorização da educação profissional, avalia diretor do SENAI

Rafael Lucchesi participou, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, da sanção pelo presidente Michel Temer, da legislação que inclui o curso técnico no currículo da educação regular

A nova lei que reforma o ensino médio, sancionada nesta quinta-feira (16) pelo presidente Michel Temer, é um avanço para o país e um caminho para que mais jovens tenham acesso à educação profissional, como ocorre na maioria dos países desenvolvidos, avalia o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, que também é diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o texto, os estudantes serão expostos ao conteúdo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em até 60% do ensino médio e nos 40% restantes poderão optar por itinerários formativos, com ênfase nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica profissional. 

“A lei, sancionada hoje, que reforma o ensino médio, será boa para o sistema educacional e vai dar mais oportunidades para os jovens, como ocorre nos países desenvolvidos, onde o ensino médio é flexível e diversificado. Nesses países, mais da metade dos jovens fazem educação profissional no âmbito da sua formação do ensino médio”, analisa Lucchesi. “O novo ensino médio dará mais oportunidades para a inserção do jovem no mundo do trabalho e maior especialização na vocação que cada jovem tem.” 

Em países da União Europeia, em média, 50% dos estudantes do ensino secundário também estão matriculados na educação profissional, segundo estudo do Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional. Na Áustria, por exemplo, que registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico. Finlândia vem em seguida com 69,7% e Alemanha com 51,5%. O Brasil, mesmo depois do esforço de ampliação de acesso à educação profissional nos últimos anos alcançou, em 11,1% nesse índice em 2015.

PARCERIA – O diretor-geral do SENAI avalia que há enormes desafios, a partir de agora, para implantação da reforma e é necessário que autoridades públicas, educadores, pais e estudantes trabalhem juntos para pôr a lei em prática. “Com a sanção dessa lei, o grande desafio será seu processo de implementação. É importante haver a construção das condições para implementação da lei que, certamente, vai dar aos jovens mais oportunidades de se desenvolver seja nos quatro itinerários acadêmicos seja no itinerário técnico”, defende. 

Lucchesi participou da cerimônia de sanção da nova lei no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (16). No evento, o ministro da Educação, Mendonça Filho, destacou a importância da inclusão do curso técnico no currículo do ensino médio. “A presença do diretor-geral do SENAI nesta solenidade revela a perfeita integração entre a educação e acesso às oportunidades de trabalho, entre a promoção da equidade e a promoção de oportunidades para os jovens do Brasil. O SENAI, como de resto boa parte das entidades que atuam na educação técnica profissional, é uma instituição séria e comprometida com o avanço da educação no nosso país”, analisou o ministro. 

“A nova lei significa oportunidade para que a pessoa também se afirme do ponto de vista profissional, sem que isso limite ou elimine os horizontes com relação à busca de oportunidade no ensino superior, que pode ser sonho de qualquer jovem. Quem quiser precipitar a entrada no mercado de trabalho, poderá fazê-lo com qualificação profissional”, destacou Mendonça Filho.

"É preciso modernizar a educação no país” - Michel Temer

Com a sanção, o próximo passo para implantação da reforma será a análise e aprovação do texto final da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Conselho Nacional de Educação, colegiado do qual o diretor-geral do SENAI é integrante. Após a publicação da Base, os sistemas educacionais apresentarão um cronograma de implementação das mudanças. A carga horária do ensino médio também vai subir gradualmente, no prazo de cinco anos, de 800 horas para 1,4 mil horas anuais.

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